“Os usuários de uma língua é que determinam a forma como ela é utilizada. A língua falada no tempo de nossos avós, por exemplo, é diferente da maneira como hoje falamos. Por outro lado, nós temos expressões, gírias e sotaque diferentes dos de outras regiões do país, e vice versa. Essa variedade lingüística é reflexo da variedade cultural dos falantes da língua. Observe-se que, conforme o prestígio social do grupo dominante, sua modalidade lingüística acaba sendo considerada “padrão” e expressão de poder, o que não significa que seja a única linguagem correta; ela é uma variante da língua. Conforme a situação em que nos encontramos – em ambiente profissional, em grupo familiar ou de amigos – usamos variantes da língua. Ela difere conforme o grupo social a que pertencemos; há gírias específicas dos surfistas, dos locutores de futebol, dos diferentes grupos profissionais (cientistas, médicos, professores, etc.). À escola cabe rejeitar preconceitos em relação à diversidade lingüística dos alunos, auxiliando-os a perceber que a forma mais adequada do uso da língua depende do contexto em que é utilizada. Em casa, ambiente informal, um professor, por exemplo, poderá falar de forma descontraída, com gírias e deslizes de português, como em “A turma na sala, hoje, fizeram bagunça”. Em ambiente profissional, no entanto, deverá empregar a norma culta padrão da língua, mas sem pedantismo”.
A leitura do texto permite concluir que: