Questão
2019
IFTO
Instituto Federal da Educação, Ciências e Tecnologia do Tocantins
Professor de História (IFTO)
trafico-transatlantico120def7ad02
“O tráfico transatlântico de escravos africanos tomou no Brasil uma dimensão inédita no Novo Mundo. Do século XVI até 1850, no período colonial e no imperial, o país foi o maior importador de escravos africanos das Américas. Foi ainda a única nação independente que praticou maciçamente o tráfico negreiro, transformando o território nacional no maior agregado político escravista americano. Consubstancial à organização do Império do Brasil, a intensificação da importação de escravos africanos após 1822 explica a longevidade do escravismo até sua abolição, em 1888.”

(ALENCASTRE, Luiz Felipe de. In: SCHWARCS, Lília M. e GOMES, Flávio. “Dicionário da escravidão e liberdade”. São Paulo: Cia das Letras, 2018, p. 57)

Sobre a estrutura e dinâmica do sistema escravista brasileiro, identifique o item incorreto:
A
Alencastre observa que o número de 14.910 viagens negreiras transcorridas nos três séculos de tráfico negreiro atinja 4,8 milhões de africanos aportados no Brasil.
B
O site Trans-Atlantic Slave Trade Database, organizado por David Eltis e David Richardson, com colaboração de brasileiros, a exemplo de Manolo Florentino e Daniel Domingues, oferece um grande panorama com cerca de 36 mil viagens negreiras. O volume de informações permitiu mensurar em mais de 5 milhões a quantidade de africanos escravizados adentrados no Brasil.
C
Alencastre calcula em 750 mil portugueses aportados no Brasil entre 1500 e 1850. Ou seja, a cada 100 pessoas desembarcadas no Brasil, 86 eram escravos africanos e 14 eram colonos e imigrantes portugueses.
D
Alencastre entende duas áreas principais de onde vieram os escravos africanos: a primeira, a baía do Benin e golfo do Biafra, origem de 999.600 indivíduos desembarcados; a segunda, o Centro-Oeste africano, sobretudo Angola, de onde saíram 3,656 milhões de indivíduos.
E
A abertura comercial, somada à abolição do tráfico negreiro atlântico em EUA e Inglaterra, produziu um grande volume excedente de escravos absorvidos pelo mercado brasileiro. Essa hegemonia econômica e política do Rio de Janeiro foi fundamental para a afirmação da soberania do governo central sobre o território da América portuguesa e para a construção do Estado Nacional.