Questão
2008
FUNRIO
Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes (RJ)
Professor de História (Pref Campos dos Goytacazes/RJ)
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
trabalho-compulsorio91c73d2bf0
O trabalho compulsório foi uma realidade comum no mundo antigo, abrangendo, segundo Ciro Flamarion Cardoso [Trabalho compulsório na antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 2003], diversas modalidades de relações sociais de produção qualificadoras da escravidão de qualquer tipo, vigentes nas sociedades da Antiguidade ocidental. O estatuto e as funções daqueles que se encontravam na condição servil variaram no mundo grego e egípcio, extrapolando a simples divisão classificatória entre “livres” e “escravos”. Sobre a dinâmica social, econômica e política que envolveu o trabalho compulsório na antiguidade grega e egípcia é correto afirmar que,
A
no Egito, as atividades de trabalho escravo eram variadas, incluindo o artesanato caseiro, tarefas domésticas, trabalhos rurais e nas minas, todas exclusivas desse tipo de mão-de-obra, ao passo que, na Grécia, as duas formas de trabalho, escrava e livre, eram complementares, empregadas nas minas, em estabelecimentos rurais e artesanais domésticos, na produção rural e urbana de grande escala e nos exércitos.
B
tanto no Egito quanto na Grécia, os escravos não possuíam personalidade jurídica, não tinham direito de adquirir propriedade e só alcançavam a condição de livres por alforria concedida unilateralmente por seus respectivos donos e, em casos mais raros, garantiam liberdade a seus descendentes mediante casamento com pessoas livres.
C
no Egito, os camponeses que trabalhavam nas propriedades do Estado, dos templos e de particulares estavam submetidos ao pagamento de corvéia ao Estado e à arbitrariedade de administradores (estatais ou particulares), ao passo que, na Grécia, os camponeses gozavam de plena propriedade e liberdade, de que são exemplos os periecos em Esparta e os eupátridas em Atenas.
D
tanto no Egito quanto na Grécia, as principais formas de obtenção de escravos eram por meio da guerra e do comércio, seguidas da escravidão por dívidas na Grécia e pela escravidão por fuga da corvéia real no Egito, as duas últimas, contudo, progressivamente eliminadas no início do primeiro milênio a. C.
E
no Egito, a ordem social e política hierarquizada a partir de privilégios e laços de dependência subordinaram a divisão social entre livres e escravos, ao passo que na Grécia, particularmente em Esparta, tal complexidade social e política incluía reivindicações políticas dos hilotas e a obediência de homens livres ao Estado.