LETRA B.

Atenção ao sentido da palavra original para tentar entender seu prefixo. Se a palavra tem algum prefixo, provavelmente veio de uma palavra original, pelo processo de formação das palavras.

Na história da língua portuguesa várias palavras novas surgiram de outras. Para que não seja preciso estudar a origem completa do português desde que nasceu do latim do Lácio até hoje, é preciso entender os processos que formam as palavras, que inclusive ainda são usados.

Palavras Primitivas: palavras que são simples e transmitem significados sozinhas. Na história da formação das palavras elas foram as primeiras a transmitir algum significado.

Exemplo: leal, que transmite por si só o significado de alguém que é responsável com compromissos assumidos.

Formação por Derivação: formação por adição ou retirada de elementos que ocorre com palavras primitivas.

Derivação prefixal: se forma pelo acréscimo de um prefixo (parte extra antes da palavra) - des-leal, que varia da palavra leal para significar o seu oposto.
Derivação sufixal: se forma pelo acréscimo de um sufixo (parte extra depois da palavra) - leal-dade, que varia da palavra leal para significar uma característica que quem é leal tem.
Derivação parassintética: se forma pelo acréscimo simultâneo de um sufixo e um prefixo - a-noite-cer, variando de noite para significar a chegada do período noturno.
Derivação prefixal e sufixal: se forma pelo acréscimo de um sufixo e depois de um prefixo, ou o contrário - des-leal-dade, que varia da palavra leal para significar uma característica que quem é leal não tem e quem é desleal tem.

Diferença entre derivação parassintética e derivação prefixal e sufixal: para a derivação parassintética, alguns autores de livros de gramática chama a colocação simultânea porque é necessário colocar o sufixo e o prefixo ao mesmo tempo, já que um sozinho não forma uma palavra com sentido sem que haja o outro. Já na prefixal e sufixal existe a impressão que, percebendo a formação de certa palavras, primeiro foi colocado um, que fazia sentido, e depois foi colocado outro, criando novo sentido.
Parassintética: a-noite-cer é uma palavra que faz sentido, porém, a-noite e noite-cer não são palavras na língua portuguesa. Ou seja, só há sentido com o prefixo e sufixo simultâneos.
Prefixal e sufixal: des-leal-dade é um apalavra que faz sentido, assim como des-leal e leal-dade também são. Ou seja, colocar o sufixo antes e o prefixo depois, ou o contrário disso, faria sentido.

Derivação regressiva: se forma pela retirada de um elemento da palavra primitiva - mengo é um comum exemplo, que vem da palavra original flamengo.

Esse processo é aplicado também a verbos, a derivação regressiva deverbal: pesca (de pescar), consumo (de consumir); venda (de vender).

Derivação imprópria: também chamada de conversão, já que não necessariamente altera uma palavra. Ocorre quando há uma mudança na classe gramatical da palavra e, por isso, se altera o sentido dela em uma frase - O jantar está pronto (verbo jantar usado como substantivo); Ela estava com vergonha e falou baixo (adjetivo baixo se tornando advérbio de modo).

Formação por Composição: novas palavras são formadas unindo-se outras.

Composição por justaposição: juntar palavra sem que haja alteração na pronúncia - guarda-roupa (guarda e roupa juntas em nova palavra).
Composição por aglutinação: juntar palavra de forma que ocorra alteração na pronúncia - boquiaberta (boca e aberta juntas em nova palavra).

Formação por Hibridismo: união de palavras para formar novas, mas as palavras unidas se originaram de raízes diferentes - sociologia (do latim socio, palavra para aqueles que estão associados, e do grego logia, palavra para estudo)

Formação de Onomatopeia: palavras formadas para tentar identificar no leitor o som de alguma coisa - o tique-taque de um relógio.

Formação por Redução ou por abreviação vocabular: se resume a palavra, reduzindo partes dela até o limite em que não fique difícil de compreender - moto (que é a redução de motocicleta, mas que mantém o sentido).

Não confundir a abreviação com a abreviatura, que é outra forma de redução. No segundo caso só se reduz a grafia da palavra, economizando espaço na linha - advogado é reduzido para Advo; fevereiro é reduzido para fev.

Formação por Estrangeirismo: é o uso de uma palavra, um termo ou de uma expressão estrangeira, que tenha ou não tradução. Isso já foi considerado vício de linguagem e figura de linguagem por algumas gramáticas, mas é sim um processo de formação de palavras, devido a grande integração da nossa língua com influências estrangeiras - deletar (do inglês delete).

Formação por Neologismo: atribuição de novos sentidos a palavras já existentes na língua.

Neologismo Semântico: palavra que já existe, mas adquire um novo significado - ela está a fim dele (está interessada).
Neologismo Lexical: designa a criação de uma nova palavra - da palavra antena (que capta sinal) surgiu antenado (uma pessoa esperta).
Neologismo Sintático: construção sintática que adquire um significado específico - ela me deu um bolo. (não apareceu ao encontro).
Diferença entre neologismo e gíria: o neologismo consiste na criação de uma palavra nova para algum sentido e é usado de forma bem ampla, por várias pessoas diferentes. As gírias são mais restritas, conjuntos de termos ou expressões utilizadas por um grupo de pessoas ou em alguma região.

Formação de Siglas: grande redução da grafia de um grupo de substantivos, deixando somente suas letras ou sílabas iniciais - Sudene — Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste; ONU – Organização das Nações Unidas.

Visto isso tudo, analisa-se:

Desorientado: falta de algo, des-.
Incolor: negação ou falta, in-.
Amoral: negação de condição, a-.
Dissílabo: separação, di-.

Desarmonia: falta de algo, des-.
Anormal: negação de condição, a-.
Inapto: falta e algo, i-.
Discordância: oposto ou negação, dis-.

Imbatibilidade: negação de condição, im-.
Desmascarar: falta de algo, des-.
Afônico: negação de condição, a-.
Anacrônico: ação contrária ou invertida, ana-.

Acrítico: negação de condição, a-.
Ilegal: falta e algo, i-.
Amanteigar: ato relacionado a algo específico, a- ... -ar.
Descascar: falta de algo, des-.