Questão
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Agente de Saúde (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Agente Funerário (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Atendente Consultório Dentário (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Auxiliar de Topógrafo (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Mecânico de Maquinas e Veículos (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Motorista de Veículos Leves (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Motorista de Veículos Pesados (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Borracheiro (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Calceteiro (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Coveiro (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Eletricista (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Pedreiro (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Pintor (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Oficial de Serviços Soldador (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Operador de Máquinas (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Professor de Música - Piano (Pref Divinópolis/MG)
2017
IBFC
Prefeitura Municipal de Divinópolis (MG)
Telefonista (Pref Divinópolis/MG)
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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Sobre o morrer

(Rubem Alves) 

Odeio a ideia de morte repentina, embora todos achem que é a melhor. Discordo. Tremo ao pensar que o jaguar negro possa estar à espreita na próxima esquina. Não quero que seja súbita. Quero tempo para escrever o meu haikai.

Mallarmé tinha o sonho de escrever um livro com uma palavra só. Achei-o louco. Depois compreendi. Para escrever um livro assim, de uma palavra só, seria preciso ter-se tornado sábio, infinitamente sábio. Tão sábio que soubesse qual é a última palavra, aquela que permanece solitária depois que todas as outras se calaram. Mas isso é coisa que só a Morte ensina. Mallarmé certamente era seu discípulo.

O último haikai é isto: o esforço supremo para dizer a beleza simples da vida que se vai. Tenho terror de ser enganado. Se estiver para morrer, que me digam. Se me disserem que ainda me restam dez anos, continuarei a ser tolo, mosca agitada na teia das medíocres, mesquinhas rotinas do cotidiano. Mas se só me restam seis meses, então tudo se torna repentinamente puro e luminoso. Os não essenciais se despregam do corpo, como escamas inúteis.

A Morte me informa sobre o que realmente importa. Me daria ao luxo de escolher as pessoas com quem conversar. E poderia ficar em silêncio, se o desejasse. Perante a morte tudo é desculpável… [...] 

Curioso que a Morte nada tenha a dizer sobre si mesma. Quem sabe sobre a Morte são os vivos. A Morte, ao contrário, só fala sobre a Vida, e depois do seu olhar tudo fica com aquele ar de “ausência que se demora, uma despedida pronta a cumpri-se” (Cecília Meireles). E ela nos faz sempre a mesma pergunta: “Afinal, que é que você está esperando?” Como dizia o bruxo D. Juan ao seu aprendiz: “A morte é a única conselheira sábia que temos. Sempre que você sentir que tudo vai de mal a pior e que você está a ponto de ser aniquilado, volte-se para a sua Morte e pergunte-lhe se isso é verdade. Sua Morte lhe dirá que você está errado. Nada realmente importa fora do seu toque…Sua Morte o encarará e lhe dirá: ‘Ainda não o toquei…’”

E o feiticeiro concluiu: “Um de nós tem de mudar, e rápido. Um de nós tem de aprender que a Morte é caçadora, e está sempre à nossa esquerda. Um de nós tem de aceitar o conselho da Morte e abandonar a maldita mesquinharia que acompanha os homens que vivem suas vidas como se a Morte não os fosse tocar nunca”.

Às vezes ela chega perto demais, o susto é infinto, e até deixa no corpo marcas de sua passagem. Mas se tivermos coragem para a olharmos de frente é certo que ficaremos sábios e a vida ganhará simplicidade e a beleza de um haikai.

Vocabulário: Haikai – forma curta de poema japonês 

Mallarmé – poeta e crítico literário francês do século XIX

A ocorrência de crase, em “Às vezes ela chega perto demais” (8º§), justifica-se pela mesma razão da que ocorre em: 
A
Ele sempre foi fiel à namorada. 
B
Esteve, à noite, procurando por você. 
C
Os candidatos entregaram o material à direção. 
D
À medida que o tempo passa, ele rejuvenesce.