No lugar da sujeira visual, ocasionada em grande parte por pichações e cartazes de propagandas, entrarão em cena nas paradas de ônibus de Sobradinho II a mistura dos tons quentes e os temas recorrentes do grafite. Isso graças a mutirão realizado por cerca de 15 jovens da cidade, organizado para revitalizar os pontos e transformá-los em painéis de arte. A iniciativa é do Grupo Cultural Azulim, com a ajuda da administração Regional de Sobradinho II.
Fundado em 1994, o grupo Azulim desenvolve o Programa Jovem de Expressão, que oferece a que tem de 18 a 24 anos oficinas gratuitas de dança de rua, capoeira e grafite. "Queremos fortalecer o grafite como uma expressão artística. Desmitificar para a sociedade que não praticamos crime", ressalta um dos coordenados do grupo, Vinícius Rodrigues, 23 anos.
Todas as paradas de ônibus da cidade, num total de 14, serão pintadas, cada uma com o próprio tema: paz, liberdade, vida, sonho, dentre outros, informa Rodrigues. "Damos os temas a eles, que criam suas próprias mensagens", acrescenta o coordenador, que é responsável pela oficina de grafite há nove anos. "Temos que valorizar essa forma de arte e trazer para o nosso lado os pichadores", revela.
O papel da administração é de entregar aos artistas as paradas lavadas e todo o material necessário para a realização das obras de arte.
O mais importante para o grupo é transmitir a ideia de conscientização para a comunidade da cidade. Do total de paradas, já foram pintadas duas. "O retorno da população tem sido super positivo, tem agradecido muito a gente por isso. Outro ponto importante é que os jovens, muito deles ex-pinchadores, também estão impactados. Estão se sentindo parte da história da cidade", completa Rodrigues.
Em 1994, Sobradinho II não passava de um assentamento sem infra-estrutura, onde os jovens não tinham nada para fazer, além de jogar conversa fora. O presidente do grupo, Iranildo Gonçalves Moreira, então com 19 anos, trabalhava, mas, nas horas vagas, juntava-se ao grupo de amigos. Quase todos negros, eram chamados pelo apelido de "Azulim", em referência à sua cor.
Naquele ano, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) começou a cadastrar gangues de todo o Distrito Federal. Os amigos de Sobradinho II foram incluídos na categoria. "Fomos considerados criminosos. O preconceito imperava, as pessoas temiam a gente", a conta Iranildo. Alguns dos rapazes, principalmente os que não trabalhavam, chegaram a ser levados a delegacias e acusados de crimes que não haviam cometido. "Sofremos muita perseguição"
Para provar que não tinham qualquer envolvimento com gangues, os "azulim" começaram a realizar trabalhos sociais na cidade. Criaram grupos de dança e música, realizaram campanhas de arrecadação de alimentos, promoveram festas de Natal. Há oito anos, decidiram montar o Ong Grupo Cultural Azulim.
Cerrado Mix. Internet: <https://www.comuniweb.com.br>. Acesso em 12/2/2008.
Assinale a alternativa na qual as partículas de relação completam, adequadamente e na ordem de ocorrência, as lacunas do seguinte período:
__________ tenham se deparado com vários tipos de preconceito, os jovens do Grupo Cultural Azulim lutam ___________ alcançar seus ideais, suas __________ convicções são mais firmes que os obstáculos.