As concepções de linguagem, que concebiam as relações entre oralidade e letramento de modo opostos, não são mais válidas; atualmente predomina a perspectiva de oralidade e letramento como atividades complementares no contexto das práticas socioculturais de linguagem.

A escrita e a fala são práticas de produção de linguagem socioculturalmente situadas, que se complementam, se sobrepõem, se misturam nas situações sociais, produzindo gêneros discursivos, que se concretizam conforme as necessidades e as particularidades das interações verbais.

Os alunos podem participar de situações variadas, envolvendo diferentes gêneros orais, planejadas, considerando-se suas experiências e possibilidades, seus conhecimentos prévios, a adequação do gênero à faixa etária, dentre outros aspectos. 

Na contação de histórias e em pequenas exposições orais, os estudantes podem começar a refletir sobre as diferentes exigências postas por situações distintas de uso do oral e sobre semelhanças e diferenças entre as modalidades da língua.

Os estudantes chegam ao Ensino Fundamental sem um domínio razoável da linguagem oral, de modo que esta precisa ser ensinada em seus usos mais informais, cabendo à escola ensinar os usos mais formais e públicos da comunicação oral.