Questão
2015
CETAP
Prefeitura Municipal de Tailândia (PA)
Professor de Ensino Religioso (Pref Tailândia/PA)
2015
CETAP
Prefeitura Municipal de Tailândia (PA)
Professor de Ensino Religioso Zona Urbana (Pref Tailândia/PA)
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Da escravidão à exclusão social hoje.

No século XIX, a Inglaterra tornou-se a maior potência econômica do planeta graças à Revolução Industrial. A necessidade de expandir seus produtos no mercado internacional, a fim de manter o crescimento econômico do país, fez a Inglaterra tornasse defensora do fim do trabalho escravo nas colônias americanas. Essa mudança de atitude resultou na pressão inglesa contra o tráfico negreiro no Brasil. Mas, apesar da elite escravista brasileira ter feito de tudo para retardar o fim do tráfico,ele foi oficialmente abolido em 1888. Foram trezentos anos de escravidão sofrendo todos os tipos de maus tratos, justificados por ideias racistas e religiosas, como exemplifica o fato de os negros africanos não serem cristãos e, também porque muitos seguiam o islamismo como religião, pesou como desculpa para escravizá-los, pois na visão cristã católica, assim como aconteceu com os indígenas brasileiros, os rituais dos negros africanos eram considerados bárbaros e selvagens, que deveriam ser eliminados para o bem da alma dos praticantes. Já os negros muçulmanos eram considerados hereges por seguirem uma falsa religião. Contudo, antes mesmo da proibição definitiva do tráfico de escravos, já se discutia na Assembleia Legislativa de São Paulo e no Congresso do Império, como poderiam manter os seus negócios e substituir a mão de obra escrava. Desse debate resultaram duas medidas. A primeira foi limitar a ocupação de terras pelos ex-escravos ou por quem viesse a ocupar o seu lugar. Isso consistia em impedir que qualquer pessoa sem posses suficientes pudesse adquirir terras, proibindo,inclusive, que os lotes fossem vendidos à prestação. Com essa medida, a única alternativa que lhe restava era continuar a trabalhar nas terras onde foram escravos. A segunda medida foi estimular a vinda de imigrantes europeus para trabalhar nas fazendas no lugar dos ex-escravos. Os imigrantes (também não teriam condição de obter lotes e neles se estabelecer) tinham a missão, segundo a ótica da elite agrícola que financiava sua vinda para o Brasil, de substituir os escravos não apenas como mão-de-obra, mas também, de branquear a população do país, que era predominantemente negra e mestiça. Para eles (elite), isso era uma vergonha nacional e um sinal de que o povo brasileiro era fraco, pois, segundo os critérios da época, um povo mestiço possuía um “sangue” impuro. Esse era o motivo que explicava por que a população brasileira era fraca e incapaz, no entender da elite. Assim a substituição pelo branco europeu resolveria o problema da incapacidade do povo brasileiro. Após o fim da escravidão no Brasil, a realidade social dos afro-brasileiros mostrava-se caótica, pois não tinham nem instrução e contavam com poucos mecanismos de integração social. Muitos saíram do campo e foram para as cidades viverem cortiços e favelas, submetendo-se aos trabalhos menos qualificados e mal remunerados. Estavam abandonados à própria sorte e vivendo numa sociedade impregnada de um profundo preconceito de cor. Segundo dados estatísticos do censo de 2001 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), 60% dos afro-brasileiros e mestiços vivem em favelas, 63% da população com ganhos de até um salário mínimo são afro-brasileiros, que, representam apenas 2,5% das pessoas que têm curso superior ou pós-graduação no Brasil. As taxas de analfabetismo para a população acima dos 15 anos diminuíram muito nos últimos anos, mas mostram, em média, que são duas vezes mais altas para pretos e pardos (terminologia padrão usada pelo IBGE) do que para brancos em todas as regiões do país. Esses dados confirmam algumas das impressões que observamos em nosso cotidiano, no vai e vem das pessoas na dinâmica social. Porém, agora podemos entender essa realidade não com base em uma percepção preconceituosa, mas como resultado de uma história, de um contexto socioeconômico que gerou uma complexa situação de exclusão de boa parte do povo brasileiro, em particular dos afro-brasileiros. (Fonte: Coleção Polêmica. Brasileiro, sim senhor! 2004. pp. 41 e 46 a 48.)

Segundo o texto, a Inglaterra no século XIX tornou-se uma potência mundial. Sua intenção de abolir o tráfico negreiro tinha como objetivo: 

I - questões humanitárias, pois os negros não mereciam um tratamento tão desumano que recebiam tanto nas colônias americanas, quanto na colônia portuguesa, o Brasil. 

ll - libertar os negros, pois os mesmos eram considerados, na época, mão-de-obra qualificada para trabalharem nas grandes fábricas inglesas, assim, a Inglaterra alavancava sua economia. 

lll- criar novos mercados para vender seus produtos provenientes de suas fábricas, já que a mão-de-obra escrava representava um obstáculo para pôr esses produtos no campo. 

IV - a Inglaterra com a intenção de expandir seus produtos no mercado consumidor internacional precisava de pessoas que gastasse dinheiro consumindo seus produtos. Então, com os escravos livres, seria uma quantidade incalculável de seres humanos dispostos a comprar produtos. 

V - A Revolução Industrial possibilitou à Inglaterra uma posição economicamente privilegiada no cenário internacional da época, porém, para sua economia não estagnar necessitava vender seus produtos em outros mercados e, com isso defender o fim da escravidão.
A
Somente as alternativas | e ll estão corretas.
B
Somente as alternativas lll e V estão corretas.
C
Somente as alternativas IV e V estão corretas.
D
Somente as alternativas lll e IV estão corretas.
E
Somente as alternativas ll e IV estão corretas.