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Em entrevista, Mário Sérgio Cortella fala sobre felicidade e carreira 

O filósofo e educador defende que é possível encontrar no trabalho, alegria, prazer e sentido para a vida. Contudo, é preciso ter em mente que, para isso, é preciso aguentar momentos difíceis também. Quando se gosta de uma atividade, a intensa dedicação não traz estresse, apenas cansaço e, ainda assim, com vontade de continuar trabalhando

Em entrevista exclusiva, o filósofo e educador Mário Sérgio Cortella, conhecido por tratar de temas sociais contemporâneos à luz da filosofia, defende que é possível - e aconselhável - conciliar felicidade e trabalho. Autor de 33 livros, ele esteve em Brasília para palestra no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), com capacidade para 2.500 pessoas, em 21 de agosto. O evento, promovido pela plataforma Doos, teve apoio do Correio Braziliense. Na ocasião, o expoente do pensamento brasileiro falou sobre a seguinte pergunta: qual é a tua obra? O questionamento é baseado em livro homônimo, no qual Cortella defende a substituição do conceito de trabalho como algo penoso pela realização de uma obra. Esta foi a primeira palestra do filósofo desde que ele fraturou o joelho direito. Por causa disso, foi obrigado a dar uma pausa na intensa rotina de palestras. “Retornei depois de 60 dias, foi minha primeira viagem de avião desde que comecei a usar cadeira de rodas e muletas”, conta. O curitibano voltará ao DF para nova palestra em outubro. Confira conversa com o pensador sobre trabalho:

Felicidade

Uma das coisas mais ruins é as pessoas imaginarem que precisam abrir mão da felicidade no trabalho. Mas também é desejar apenas felicidade no trabalho. São duas ilusões. O trabalho é uma circunstância da vida, a carreira é a maneira de fazê-lo, e a felicidade se apresenta e se ausenta em vários momentos. Não há felicidade sem esforço quando você pensa em carreira. Existe felicidade sem esforço quando você está passando e sem fazer nada, exceto virar o rosto, vê um pôr do sol no cerrado, daqueles magníficos na reta do horizonte. No que se refere à carreira, a felicidade tem que ser um horizonte, mas não é um território no qual se ande o tempo todo. Há pessoas que dizem algo estranho: quero fazer só o que eu gosto. A gente chama isso de hedonismo, a procura do prazer contínuo. Para que alguém faça só o que goste, terá que fazer muitas coisas de que não gosta. Por exemplo, gosto demais de dar aula, mas não gosto de corrigir prova; aliás, conheço poucos professores que gostam de fazê-lo. Gosto de cozinhar, mas não acho prazeroso lavar toda a louça na sequência. Isso significa que, quando me envolvo numa atividade, sei que há coisas de que não vou gostar, mas o que eu quero é a obra, isto é, o resultado. A carreira tem exatamente essa condição. A felicidade aparece como consequência e não como processo.

Prazer

Aristóteles dizia que o prazer do trabalho aperfeiçoa a alma. Uma das coisas mais gostosas é ter a capacidade de tirar uma fruição, um gosto daquilo que se faz. É importante fazê-lo não apenas com a intenção de um retorno pecuniário, mas especialmente com alegria de fazê-lo. A gente encontra em várias atividades pessoas com prazer imenso. Sempre digo que uma fórmula para pensar internamente - mas não diga ao patrão - é que, quando você gosta demais de fazer algo, faria até de graça.

Sentido da vida x Meio para um fim

A gente pode entender emprego como meio, mas trabalho, jamais. Há uma distinção entre trabalho e emprego: trabalho é fonte de vida, emprego é fonte de renda. Meu trabalho é aquilo que faço para que minha vida tenha sentido. Um pedaço do trabalho é emprego, mas não todo ele. Há pessoas que não têm emprego e trabalham: fazem trabalho voluntário, cuidam da casa e de outras pessoas. É uma ocupação. O mais gostoso é quando o emprego coincide com o trabalho. Nessa hora, evidente que o trabalho é fonte de vida, mas também meio de vida. A gente não pode imaginar que daria para olhar o trabalho somente como situação que uso para conseguir outras coisas. Ele também é resultante de uma obra, de uma coisa que me alegre, me anime, me faça crescer e me elevar. Pessoas que enxergam no trabalho apenas um meio de vida, sem dúvida, terão dificuldade porque viverão talvez em estado de queixa, dizendo: “Ah! No dia que eu puder, vou fazer o que eu gosto”. É preciso que ela se alerte a tempo quanto a isso.

Atividade desgostosa

Existe a possibilidade de trabalhar com algo de que não se gosta para ter como fazer o que gosta fora do trabalho. Mas aí é uma coisa consciente. O fato de alguém estar numa situação de emprego transitória para que consiga outras coisas não é degradante. Desde que a pessoa tenha clareza disso. Há momentos, por exemplo, em que alguém vai fazer um esforço imenso para entrar, como concursado, na atividade pública, para que, com isso, possa conseguir recurso para abrir um negócio, cuidar de algo, ser artista, tanto faz. Isso não é nem irrelevante nem negativo. A grande questão é a consciência deliberada. É preciso ter consciência do que está fazendo. Agora, alguém que se saiba de passagem num emprego, mas se coloque também de passagem naquela vivência, nunca vai aproveitar aquele lugar como de aprendizado nem vai contribuir para ele, porque vai ficar o tempo todo em estado de partida, se arrumando para ir embora. Quando, sabendo que é transitório, poderia usar ao máximo aquele período transitório para retirar daquilo um aprendizado...

[...]

Adaptado de https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/trabalho-e-formacao/2017/09/03/interna-trabalhoeformacao/2019,623054/em-entrevista-mario-sergio-cortella-fala-sobre-felicidade-e-carreira.shtml

Analise: “Quando se gosta de uma atividade, a intensa dedicação não traz estresse” e assinale a alternativa que apresenta a classificação correta da oração.
A
Oração Subordinada Adverbial Causal.
B
Oração Subordinada Adverbial Condicional.
C
Oração Subordinada Adverbial Consecutiva.
D
Oração Subordinada Adverbial Temporal.