Questão
2013
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Prefeitura Municipal de Itajobi (SP)
Professor de Educação Básica Infantil (Pref Itajobi/SP)
2013
CONRIO
Prefeitura Municipal de Itajobi (SP)
Professor de Educação Básica Especial (Pref Itajobi/SP)
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CONRIO
Prefeitura Municipal de Itajobi (SP)
Professor de Educação Básica - Português (Pref Itajobi/SP)
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Professor de Educação Básica - História (Pref Itajobi/SP)
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Professor de Educação Básica - Ciências (Pref Itajobi/SP)
2013
CONRIO
Prefeitura Municipal de Itajobi (SP)
Professor de Educação Básica - Educação Física (Pref Itajobi/SP)
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O diminutivo 

Luis Fernando Veríssimo 

O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de usar a linguagem. Afetuosa porque geralmente a usamos para designar o que é agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam diminuir sem perder o sentido. E precavida porque também a usamos para desarmar certas palavras que, na sua forma original, são ameaçadoras demais. 

Operação, por exemplo. É uma palavra assustadora, pior do que intervenção cirúrgica, porque promete uma intromissão muito mais radical nos intestinos. Uma operação certamente durará horas e os resultados são incertos. Suas chances de sobreviver a uma operação... sei não. Melhor se preparar para o pior. 

Já uma operaçãozinha é uma mera formalidade. Anestesia local e duas aspirinas depois. Uma coisa tão banal que quase dispensa a presença do paciente. 

No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida. Nada nos desperta sentimentos tão carinhosos quanto uma boa comidinha. 

- Mais um feijãozinho? 

O feijãozinho passou dois dias borbulhando num daqueles caldeirões de antropófagos com capacidade para três missionários. Mas a dona da casa o trata como um mingau de todos os dias. 

O diminutivo é também uma forma de disfarçar o nosso entusiasmo pelas grandes porções. E tem um efeito psicológico inegável. Você pode passar duas horas tomando cervejinha sem nenhum dos efeitos que sofreria depois de duas cervejas. 

E agora um docinho. 

E surge um tacho de ambrosia que é um porta-aviões.

Já uma operaçãozinha é uma mera formalidade. Anestesia local e duas aspirinas depois. Uma coisa tão banal que quase dispensa a presença do paciente.

Nesse trecho, Fernando Veríssimo demonstra: 
A
Ironia, para indicar a banalidade da operação. 
B
Ignorância, pois sem paciente não há cirurgia. 
C
Atualização, pois se pode fazer uma cirurgia pela internet, com o paciente em casa. 
D
Incerteza, pois diz que “Quase” dispensa a presença do paciente.