A arte de desenhar
O desenho é uma forma de linguagem, certamente a mais antiga. O homem das cavernas, bem antes de se comunicar com palavras, tenha feito isso através de rabiscos. Ainda hoje, quando não conseguimos nos comunicar verbalmente, tentamos fazê-lo por meio de um desenho. Um mapa, por exemplo.
Assim sendo, aprender a desenhar é uma necessidade, tanto pelo aspecto da comunicação como pelo prazer que esta atividade proporciona. Além disso, desenhar é uma atividade extremamente prazerosa, pois o desenvolvimento e a prática do fazer artístico são muito importantes para o ser humano, pela própria necessidade que temos de nos comunicar com os nossos semelhantes e alcançarmos nossas realizações. A arte desenvolve a criatividade, proporciona autoconfiança, amplia a bagagem cultural, facilita o processo de sociabilidade e ainda possibilita a lucratividade, pois existem mais de trinta profissões ligadas direta ou indiretamente ao Desenho e a Arte em geral.
É importante, porém, que essa prática seja transmitida por profissionais que entendam e atendam as reais necessidades do aluno, não apenas no aspecto técnico, mas principalmente no aspecto emocional. O aluno, especialmente nos momentos iniciais, precisa de todo o apoio, para que se sinta seguro e autoconfiante. Caso contrário, toda a expectativa e o ímpeto do aluno em aprender ficarão comprometidos, desestimulando-o a prosseguir.
Muito antes do desenvolvimento da escrita a raça humana já desenhava. Fosse para se comunicar, para se expressar ou exercer alguma influência sobre os seus inimigos, nossos ancestrais buscavam, através dessa linguagem, representar o real e o imaginário. O desenho, portanto, é uma das mais antigas e eficientes maneiras de se comunicar.
Quando fala-se em desenho, o primeiro conceito que vem à mente é a relação com o artista desenhando no seu atelier. O desenho, porém, é muito mais abrangente: praticamente tudo o que está à nossa volta foi criado primeiramente a partir de um desenho; mesa, cadeira, computador, celular, automóvel, enfim, objetos que em algum momento só existiram na representação gráfica. Portanto, o desenho é um quesito importante para qualquer pessoa que queira expor melhor as suas ideias.
O mercado de trabalho para bons desenhistas é bastante amplo: há mais de trinta profissões relacionadas ao desenho. Saber desenhar, portanto, é uma exigência básica até mesmo para ingressar no Ensino Superior, pois o desenho faz parte das provas de habilidade específica ou testes de aptidão para cursos de Arquitetura, Desenho Industrial, Design Digital, Moda, Artes Visuais e Design de Interiores, entre outros.
Independentemente da área de atuação, o desenho à mão livre é a base necessária para treinar a percepção visual, a criatividade e as habilidades técnicas.
A maioria das pessoas não se arrisca na arte do desenho porque acredita que é preciso ter dom. Na verdade, este tabu pode ser quebrado e qualquer pessoa é capaz de aprender a desenhar. Basta dispor de algumas horas por semana, ter disciplina e praticar as bases aprendidas.
No passado, se uma pessoa não conseguia desenhar dentro dos “padrões gregos”, isto é, no estilo acadêmico, fatalmente estava fadada ao fracasso para a arte. Embora este conceito tenha mudado muito, alguns professores ainda fazem este tipo de cobrança aos seus alunos, muitas vezes desestimulando-os a prosseguir. Na verdade, o fato de não conseguir realizar um desenho academicamente perfeito não desabilita uma pessoa a obter um resultado interessante e expressivo. O ideal é analisar qual é a sua característica: se um desenho mais realista ou algo mais expressivo. Obviamente, um trabalho pode ser realista e ter expressividade. Independentemente do estilo de desenho que você pretende desenvolver é importante que ele transmita sentimento, emoção, estilo e interpretação. Mas, assim como o músico, que para melhor interpretar a canção precisa ler a partitura e praticar, você precisa conhecer as regras básicas para realizar um bom desenho e treinar essas bases.
Laerte Galesso
Disponível em: http://www.abra.com.br/
De acordo com o texto, assinale a alternativa que NÃO condiz com o texto lido.