Vingança do Boêmio
O Poeta Laurindo Rabelo descurava de tal forma do seu vestuário, que as famílias mais íntimas e que mais o admiravam sentiam constrangimento em convidá-lo para as suas festas.
Certa dona de casa, incitada pelos filhos para que o contemplasse com um convite para as suas reuniões mundanas, objetou um dia:
– Agora, não. Esperem que ele tenha roupa, que eu convido.
Assim que o poeta exibiu um terno novo, a matrona cumpriu o que prometera; mandou-lhe um convite, logo aceito.
O sarau começou, porém, sem o boêmio. Quando já estavam cansados de esperar, bate alguém à porta. Todos correram para receber o retardatário. E foi uma decepção. Quem chegava era um carregador, trazendo em um tabuleiro a roupa nova do poeta, e este bilhete:
– Aí vai o Laurindo.
Humberto de Campos.
O texto sugere que se deve: