TV e tablet, com moderação
Para muitos pais, é difícil resistir à tentação de deixar a criança por algum tempo em frente à TV. Em geral, elas se acalmam e permanecem quietas. Esse sucesso pode ser TV e tablet, com moderação atribuído aos cortes rápidos e ao excesso de cores primárias-: características de qualquer vídeo infantil. “O interesse das crianças pelos eletrônicos relaciona-se com o colorido, o movimento, a sucessão de cenas e o controle que possuem sobre os aparelhos, que modificam e até encerram diante de alguma frustração”, diz Saul Cypel, neuropediatra da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. No cérebro, as imagens ativam o lobo occipital (associado à percepção da imagem) e agem nas regiões pré-frontal e límbica, responsáveis pela atenção, pela emoção, pelo prazer e pelo planejamento.
Apesar de educativos e lúdicos, esses videos podem, sim, interferir no desenvolvimento das crianças. À Academia Americana de Pediatria não recomenda nenhum acesso a programas de TV antes dos 2 anos de idade. Estudos já demonstraram que bebês com idade entre 8 e 16 meses que passam mais tempo diante da TV possuem repertório de linguagem menor. Ficar duas ou mais horas em frente à tela está relacionado a um risco seis vezes maior de ter atraso de linguagem.
Há problemas também para o desenvolvimento da atenção. Antes dos 10 meses, o mecanismo de atenção voluntária do bebê não está completamente desenvolvida, Ou seja, para ele não é tão simples escolher onde focar sua atenção, e deixá-lo em frente à TV pode atrapalhar essa transição. Outra pesquisa mostrou que crianças que assistiram a programas violentos antes de 3 anos tinham duas vezes mais risco de desenvolver transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) entre os 5 e os 8 anos. Quanto ao tablet, faltam estudos específicos para avaliar seus possíveis danos. O que os médicos dizem é que nem sempre o uso de tecnologia é completamente condenável - desde que seja mediado pelos pais. Dependendo da forma como foi utilizado, o tablet poderá ser uma ferramenta para ensinar as crianças e ajudar no aprendizado. Não é recomendável utilizar-se sempre dele para evitar a interação com a criança, deixando assim de ensiná-la.
(Fonte: Revista Veja, 2408 ed, São Paulo: Abril. 14/01/2015.)
Sobre o texto: “TV e tablet, com moderação”, é inadequado afirmar: