Questão
2018
CEC
Universidade Federal de Pernambuco
Administrador (UFPE)
2018
CEC
Universidade Federal de Pernambuco
Analista de Tecnologia da Informação - Sistemas (UFPE)
2018
CEC
Universidade Federal de Pernambuco
Arquiteto e Urbanista (UFPE)
2018
CEC
Universidade Federal de Pernambuco
Assistente Social (UFPE)
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Universidade Federal de Pernambuco
Biomédico (UFPE)
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Diretor de Produção (UFPE)
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Economista (UFPE)
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Enfermeiro (UFPE)
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Engenheiro Ambiental (UFPE)
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Engenheiro Elétrico (UFPE)
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Engenheiro Mecânico (UFPE)
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Médico - Cardiologia (UFPE)
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Médico - Clínica Médica (UFPE)
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Médico - Psiquiatria (UFPE)
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Universidade Federal de Pernambuco
Psicólogo (UFPE)
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Universidade Federal de Pernambuco
Químico (UFPE)
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Universidade Federal de Pernambuco
Sanitarista (UFPE)
2018
CEC
Universidade Federal de Pernambuco
Tecnólogo em Segurança Privada (UFPE)
TEXTO-2-Portugues-e3338208b031
TEXTO 2

“Português é muito difícil”.

Essa afirmação preconceituosa é prima-irmã da ideia de que “brasileiro não sabe português”. Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical literária de Portugal, as regras que aprendemos na escola, em boa parte, não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil. 

Por isso, achamos que “português é uma língua difícil”: temos de fixar regras que não significam nada para nós. No dia em que nosso ensino se concentrar no uso real, vivo e verdadeiro da língua portuguesa do Brasil, é bem provável que ninguém continue a pensar assim. Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, na concepção científica da linguística moderna, significa conhecer intuitivamente e empregar com facilidade e naturalidade as regras básicas de seu funcionamento.

Está provado e comprovado que uma criança, por volta dos 7 anos de idade, já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua. O que ela não conhece são sutilezas e irregularidades no uso dessas regras, que só a leitura e o estudo podem lhe dar. Nenhuma criança brasileira dessa idade vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. (...) 

Se tantas pessoas inteligentes e cultas continuam achando que “não sabem português” ou que “português é muito difícil”, é porque o uso da língua foi transformado numa ciência esotérica, numa doutrina cabalística que somente alguns iluminados conseguem dominar completamente. (...) 

No fundo, a ideia de que “português é muito difícil” serve como um dos instrumentos de manutenção do status quo das classes sociais prestigiadas.

É lamentável que a imagem da língua tenha sido empobrecida e reduzida a uma nomenclatura confusa e a exercícios descontextualizados, práticas que se revelam irrelevantes para, de fato, levar alguém a se valer dos muitos recursos que a língua oferece. 

Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 57-63. Adaptado. 

É possível constatar afinidade semântica entre algumas palavras do Texto 2 (língua-português; norma-regras; escola-ensino; português-brasileiro; falamos-escrevemos; linguística-concepção científica; entre outras). Essa aproximação de sentidos tem uma função textual, qual seja a de: 
A
propiciar o uso de um vocabulário menos comum, adequado a um texto acadêmico. 
B
produzir a continuidade semântica necessária à coerente inteligibilidade do texto. 
C
dar cumprimento às normas gramaticais que regem a escrita em português. 
D
garantir fidelidade aos princípios que se aplicam à execução de um comentário opinativo. 
E
promover a rejeição às visões preconceituosas comuns ao âmbito da Linguística.