Só damos valor quando perdemos
Infelizmente só valorizamos aquilo que temos a partir do momento em que deixamos de ter. A carência nos serve para dar valor àquilo que se ausenta do nosso cotidiano.
Um filósofo grego chamado Heráclito afirmou: “A única coisa permanente é a mudança”. É uma ideia que nos ajuda a pensar sobre a ausência. Ele também escreveu: “É a doença que torna a saúde agradável e boa, o mesmo faz a fome quando estamos alimentados e o cansaço com o repouso”.
É pena que só conseguimos perceber o quanto a saúde é valiosa quando a doença se apresenta. Só valorizamos o momento da alimentação quando sentimos fome. Só temos ideia da importância do repouso quando o cansaço nos toma.
É muito importante aumentar nossa capacidade de, observando o que nos falta, valorizar aquilo que já temos. Isso vale para o afeto, o trabalho, a amizade e à nossa convivência no dia a dia.
Afinal, só notar que faz falta depois que faltou é menos inteligente do que, por saber que pode faltar, tomar cuidado para que não falte ou, quando faltar, que não seja perdido de vez e sem volta.
(Mário Sérgio Cortella. Vamos pensar um pouco?: lições ilustradas com a turma da Mônica. São Paulo: Cortez e Maurício de Souza Editora, 2017. Adaptado)
A frase contida no segundo parágrafo ─ É uma ideia que nos ajuda a pensar sobre a ausência. ─ tem os dois verbos destacados no tempo presente. Passando os dois para o tempo futuro, tem-se: