GABARITO: LETRA B.

O estudo das fontes de informação é um dos pilares fundamentais da Biblioteconomia e da Ciência da Informação. Esse campo se debruça sobre os diversos tipos de documentos e suportes que organizam, transmitem ou facilitam o acesso ao conhecimento. A classificação mais tradicional e didaticamente adotada nas bibliotecas e nos concursos públicos divide as fontes de informação em três categorias principais: primárias, secundárias e terciárias. Essa divisão considera o grau de originalidade da informação contida no documento, sua função e o modo como é utilizado pelo usuário da informação.

As fontes primárias são aquelas que trazem conhecimento novo ou original, sendo produzidas diretamente pelo autor da informação. Exemplos incluem artigos científicos originais, teses, dissertações, patentes, relatórios de pesquisa inéditos, entre outros. Elas são consideradas o material bruto da pesquisa científica, pois fornecem o conteúdo inédito que será analisado, criticado ou sintetizado por outras fontes.

Já as fontes secundárias, objeto da questão, são documentos que organizam, analisam, interpretam, sintetizam ou resumem o conteúdo das fontes primárias. Elas não criam conteúdo novo, mas ajudam na recuperação, compreensão e contextualização da informação original. De acordo com Murilo Bastos da Cunha, citado no material de aula de Wesley Leite, as fontes secundárias são fundamentais por filtrarem e estruturarem a massa documental que é criada constantemente, orientando o usuário no acesso ao conteúdo relevante.

É neste contexto que se enquadram os exemplos trazidos na questão: siglas e abreviaturas, internet, redação técnica e metodologia científica. Tais elementos, em comum, possuem a função de orientar, padronizar, guiar ou organizar a produção e o uso da informação. Vamos analisar cada um deles à luz da classificação apresentada:

Siglas e abreviaturas fazem parte de glossários técnicos e documentos normativos que explicam o significado de expressões abreviadas. Elas não produzem conhecimento novo, mas facilitam a compreensão e interpretação de documentos originais, especialmente os científicos, jurídicos e administrativos. Portanto, são fontes secundárias por excelência.

A internet, embora seja um meio e não um documento por si só, aparece como fonte secundária quando considerada em sua função de sistema organizador da informação digital. Websites, bases de dados, portais informacionais e mecanismos de busca organizam e recuperam documentos primários, funcionando como intermediadores entre o usuário e a informação original.

A redação técnica diz respeito a documentos padronizados utilizados para apresentar informações de forma clara, objetiva e estruturada, como manuais, laudos e relatórios. Seu papel é formalizar o conhecimento técnico com base em diretrizes previamente estabelecidas, o que a caracteriza como secundária, uma vez que está fundamentada em conteúdos já produzidos.

A metodologia científica, por sua vez, é a normatização dos processos de produção do conhecimento, ou seja, não é conhecimento novo em si, mas um conjunto de procedimentos para chegar ao novo conhecimento. Livros e manuais sobre metodologia, portanto, funcionam como instrumentos que organizam e orientam o uso das fontes primárias, sendo assim fontes secundárias.

Esses exemplos estão amplamente reconhecidos na literatura da área. Murilo Bastos da Cunha, em suas obras sobre fontes de informação, apresenta os manuais, glossários, guias e materiais instrucionais como fontes secundárias, pois todos têm como função mediar o acesso e a produção de informações originais. Além disso, o material de Wesley Leite, produzido para o curso da UFRN (2025), reforça essa conceituação ao listar siglas, abreviaturas, internet, redação técnica e metodologia científica entre os exemplos típicos de fontes secundárias de informação.

É importante destacar que essas classificações podem variar conforme o contexto, conforme alertado na própria aula, mas, de forma geral, esses elementos desempenham o papel de apoiar a organização, recuperação e uso do conhecimento já estabelecido. Por isso, encaixam-se perfeitamente na tipologia de fontes secundárias.

Desta forma, diante de tudo o que foi analisado acima, percebe-se que o gabarito da questão é a LETRA B, pois, os exemplos listados — siglas e abreviaturas, internet, redação técnica e metodologia científica — são todos classificados como fontes secundárias, por não gerarem informação nova, mas sim por organizarem e sistematizarem conteúdos oriundos das fontes primárias.

REFERÊNCIAS: CUNHA, Murilo Bastos da; CAVALCANTI, Cordélia Robalinho de Oliveira. Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros, 2008. 451p.