Segunda Guerra Mundial ‐ 70 anos
Há 70 anos terminava a Segunda Guerra Mundial na Europa, a guerra mais terrível do século XX. Entre 1939 e 1945 as principais potências do mundo e vários outros países e territórios coloniais experimentaram os horrores da guerra total. Basicamente havia dois lados em conflito: os países Aliados e os países do Eixo.
De um lado, Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética lideravam o amplo grupo de países Aliados, ao qual se juntou o Brasil. De outro, o núcleo duro dos países do Eixo era formado por Alemanha, Japão e Itália.
A Guerra foi um confronto ideológico, que opôs países com regimes de natureza fascista versus democracias liberais e a União Soviética comunista, que se aliaram pragmaticamente para conter o poderio e a expansão da Alemanha nazista. Foi também uma guerra total, que engajou praticamente todos os setores nacionais das principais potências no esforço de guerra.
O saldo da guerra foi terrível: cerca de 60 milhões de mortos, a maioria civis. Cidades inteiras destruídas, famílias destroçadas, holocausto, ruína, uma verdadeira banalização do mal. Os países do Eixo foram os que começaram a guerra, e isso antes de 1939. A Itália invadiu a Etiópia, a Alemanha anexou a Áustria e, depois, invadiu a então Tchecoslováquia para, em seguida, invadir também a Polônia, que foi dividida com a União Soviética. O Japão, por sua vez, começou a expansão invadindo a Manchúria, ainda no início dos anos 1930.
A reação foi lenta, mas acabou ocorrendo e aí, sim, tem início a Segunda Guerra Mundial, em 1939, com a Declaração de Guerra contra a Alemanha por parte da Inglaterra e da França. Mas a superioridade inicial da Alemanha era tão grande que em pouco tempo a França foi derrotada e a Força Expedicionária Britânica, que havia sido enviada para a Europa continental, teve que recuar para a Inglaterra, numa fuga um tanto desorganizada e humilhante.
Por um bom período de tempo Hitler fez o que quis na Europa, tanto na parte ocidental como na oriental. A sua sorte começou a mudar com as derrotas na frente oriental, principalmente após perder três batalhas decisivas, todas em territórios da então União Soviética: Kursk (a maior batalha de tanques de todos os tempos), Stalingrado e Leningrado. Enquanto isso os italianos colecionavam derrotas atrás de derrotas e os japoneses começavam a sucumbir perante o formidável avanço norte‐americano no Pacífico.
Os últimos meses da Segunda Guerra foram os mais mortíferos. Ao se aproximar o maio de 1945 a intensidade da guerra era tal que muitas cidades sofriam pesados ataques diretos, com impactos assustadores para os civis. De longe, a Alemanha foi o país que mais sofreu, embora tenhamos que considerar os terríveis impactos dos dois ataques nucleares ao Japão e dos bombardeios incendiários contra Tóquio, um verdadeiro crime de guerra.
O fim para os ditadores europeus foi um tanto melancólico: Hitler cometeu o suicídio e Mussolini foi executado a tiros. O Japão se rendeu e os Estados Unidos praticamente refundaram o país, ditando uma nova Constituição.
Muitas lições deveriam ter sido aprendidas com a Segunda Guerra Mundial, mas, como é bem do feitio do ser humano, o século XX continuou com altos níveis de violência. Não tivemos ainda uma nova guerra “mundial”, mas muitas outras guerras aconteceram e continuam acontecendo desde então.
(Pio Penna Filho é professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e
pesquisador do CNPq, disponível em www.gazetadigital.com.br. Acesso em ‐ 08 de maio de 2015.)
“Os últimos meses da Segunda Guerra foram os mais mortíferos.”
Ao analisarmos sintaticamente a frase encontraremos: