Robocop
Durante um treinamento em Brasília, uma barra de ferro foi lançada contra o peito de um policial militar. Fora o impacto, ele nada sofreu. A nulidade de traumas e lesões se justifica pela verdadeira armadura utilizada pelo oficial: um macacão produzido de um resistente material plástico que cobre desde o topo da cabeça até o dedão do pé. Criado para conter possíveis protestos violentos, o equipamento está sendo distribuído às 12 cidades-sede da Copa do Mundo. Batizado tecnicamente de exoesqueleto, o material já ganhou um apelido pelos policiais — ao menos, no eixo Rio-São Paulo: Robocop.
O uso do material ficará restrito ao Batalhão de Operações Especiais (BOE) da Brigada Militar (BM). Veículos da imprensa internacional rotularam o equipamento de "intimidante" e, até mesmo, de "aterrorizante". Porém, a BM classifica o item como uma proteção adequada aos policiais, que, durante as manifestações do ano passado, enfrentaram confrontos utilizando caneleiras, colete à prova de balas e capacete. —
Quando recebermos esse material iremos avaliar a melhor maneira de empregá-los em situações de distúrbios. Será a primeira vez que a Brigada Militar terá esses equipamentos, resistentes e apropriados para a proteção do policial militar em alguma situação de confronto e desordem. Nossa preocupação sempre é garantir a integridade física de todos envolvidos nessas manifestações, então, quanto mais equipamentos e tecnologias possuirmos, melhor será a atuação da polícia — disse o subcomandante do BOE, major Alexandre Pinheiro.
O kit completo é composto por capacete balístico, máscara antigás, balaclava, luvas táticas e o traje integrado do exoesqueleto (com joelheira, caneleira, colete, ombreiras e proteção para os braços). Na mesma licitação, o governo federal ainda adquiriu escudos balísticos e extintores portáteis em mochilas.
Apesar de o material poder causar certo impacto visual, funcionalmente ele é interessante. De fato, ele protege o policial, não é pesado e não dificulta a mobilidade. Claro que não é um equipamento para ser usado no policiamento de rotina, mas sim em eventuais controles de tumultos. Até porque, se formos fazer um estudo de recomendações internacionais, é recomendado que os policiais que acompanham essas operações especiais tenham proteção individual. O Robocop pode funcionar até mesmo como um inibidor de tumultos e prever confrontos, uma vez que, protegido, o próprio policial deve evitar reações desproporcionais. Não se coloca mais em risco os manifestantes, até porque é um material com tecnologia menos letal. O que se recomenda é que não se precipite, esse tipo de vestimenta e todo o restante do equipamento não deverá ser usado como uma forma de intimidação, mas como uma maneira de intervenção na medida que estejam acontecendo ou prestes a acontecer depredações e ameaças.
Esses equipamentos como o Robocop não tornam o policial mais agressivo, servem para protegê-lo de reações mais agressiva.
Texto adaptado Débora Ely
Assinale a alternativa que apresenta palavras acentuadas pelas mesmas regras das palavras retiradas do texto: “possíveis – “já” – “veículos”, respectivamente.