Como resultado de 15 anos de ditadura, com Getúlio Vargas combatendo novas lideranças e investindo na propaganda de si mesmo, não existiam grandes figuras nacionais para disputar a presidência, tanto em 1945 quanto em 1950. Assim, o PSD, seguindo orientação do presidente Eurico Gaspar Dutra, lançou a candidatura do mineiro Cristiano Machado, quase um total desconhecimento fora do seu estado. A UDN, sem muitas opções, resolveu insistir na candidatura de Eduardo Gomes.

Em 1947, foi outorgada a nova Constituição brasileira, a quarta na história do país. No conjunto, era menos democrática até então, mesmo assim, estabelecia o voto secreto e universal, além da existência de três poderes, com a devida importância destinada ao Legislativo. Já nessa Constituição foi facultado o direito de voto para analfabetos.

No plano da política interna, prevaleceu o conservadorismo. A força demonstrada pelo Partido Comunista nas eleições de 1945 assustava as elites, e Eurico Gaspar Dutra, que as representava, logo reagiu. Em maio de 1947, o registro do PCB foi cassado e o partido mais uma vez retornou à ilegalidade, sob o pretexto de não ser brasileiro, mas representante da União Soviética.

A situação internacional, com o acirramento da Guerra, intensificou o debate, uma vez que assumir uma postura nacionalista podia ser considerado adesão ao estatismo comunista. Em contrapartida, os nacionalistas chamavam os liberais de “entreguistas”.