I - Segundo a Portaria 158/2016 a transfusão de sangue e seus componentes deve ser utilizada criteriosamente na medicina, uma vez que toda transfusão traz em si um risco ao receptor, seja imediato ou tardio, devendo ser indicada de forma segura e ser acompanhada de forma sistematizada por profissionais habilitados.

II - Hemoderivados são componentes obtidos do sangue através de processos físicos (centrifugação/congelamento), por exemplo, concentrado de hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado.

III - Hemocomponentes são produtos obtidos do plasma sanguíneo através de processos físico-químicos, por exemplo, albumina, gamaglobulinas e fatores de coagulação.

IV - É obrigação de todo o profissional da saúde que realiza procedimento associados à transfusão sanguínea estar ciente, treinado e capacitado para prevenir, identificar, abordar e tratar possíveis reações transfusionais. Consideram-se reações transfusionais imediatas aquelas que ocorrem até no máximo 4 (quatro) horas depois de iniciada a transfusão.

V - Em caso de reações transfusionais imediatas, serão adotadas, entre outras, as seguintes medidas: interromper a transfusão, exceto em caso de reações alérgicas leves (urticária), nas quais a transfusão do componente sanguíneo não precisa ser suspensa; manter acesso venoso; examinar rótulos das bolsas e de todos os registros relacionados à transfusão para verificar se houve erro na identificação do paciente ou das bolsas transfundidas; não desprezar as bolsas de componentes sanguíneos transfundidas e encaminhá-las ao serviço de hemoterapia, quando pertinente; comunicar ao médico assistente e/ou médico do serviço de hemoterapia; informar ao comitê transfusional; e notificar a ocorrência à autoridade sanitária competente, apenas em casos de reação grave com necessidade de encaminhamento do paciente para cuidados intensivos e/ou óbito.

VI - Os casos de suspeita de reação por contaminação microbiana ou lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão (TRALI) serão comunicados ao serviço de hemoterapia produtor do componente sanguíneo para rastreamento dos prováveis doadores envolvidos e dos demais componentes sanguíneos deles porventura coletados, de acordo com o procedimento operacional padrão do serviço. Nos casos de suspeita de contaminação microbiana é necessária cultura microbiológica da bolsa e do paciente.

VII - Os componentes sanguíneos deverão ser infundidos em, no máximo, 6 (seis) horas. As unidades de plasma serão transfundidas o mais brevemente possível após seu descongelamento, não excedendo 24 (vinte e quatro) horas, quando armazenadas a 2 ± 4 °C.

VIII - Unidades de plasma não transfundidas podem ser recongeladas, desde que a temperatura das bolsas tenha sido mantida entre 2 ± 8 °C, por período não maior 24 (vinte e quatro) horas.