Questão
2015
FCC
Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo
Professor - Artes (SEDU ES)
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Platão argumenta que o tempo (chrónos) “é a imagem móvel da eternidade (aión) movida segundo o número” (Timeu, 37d). Partindo do dualismo entre mundo inteligível e mundo sensível, Platão concebe o tempo como uma aparência mutável e perecível de uma essência imutável e imperecível – eternidade. Enquanto que o tempo (chrónos) é a esfera tangível móbil, a eternidade (aión) é a esfera intangível imóbil. Sendo uma ordem mensurável em movimento, o tempo está em permanente alteridade. O seu domínio é caracterizado pelo devir contínuo dos fenômenos em ininterrupta mudança.

Posto que o tempo (chrónos) é uma imagem, ele não passa de uma imitação (mímesis) da eternidade (aión). Ou seja, o tempo é uma cópia imperfeita de um modelo perfeito – eternidade. Isso significa que o tempo é uma mera sombra da eternidade. Considerando que somente a região imaterial das formas puras existe em si e por si, podemos dizer que o tempo platônico é uma ilusão. Ele é real apenas na medida em que participa do ser da eternidade. 

(DIVINO, Rafael. Sobre O tempo em Platão e Aristóteles, de R. Brague. Disponível em: https://serurbano.wordpress.com/ 2010/02/26/tempo-em-platao/. Acessado em: 28.12.2015)

De acordo com o texto,
A
o tempo, na visão platônica, não existe senão no mundo das ideias, pois a realidade é na verdade marcada pela ausência de mudanças, por mais que as aparências insistam em indicar o contrário.
B
tempo e eternidade, segundo Platão, são ambos ilusórios, já que o tempo apenas imita a eternidade, ao passo que esta não pode ter sua existência comprovada pelos sentidos.
C
as transformações vistas por nós ao longo do tempo, de acordo com Platão, participam do mundo sensível e, desse modo, são apenas reflexo da eternidade que caracteriza o mundo inteligível. 
D
o dualismo platônico leva o filósofo grego ao estabelecimento de uma separação estanque entre o tempo, que conhecemos por meio dos sentidos, e o devir, que só é alcançado pelas ideias.
E
os fenômenos do mundo sensível e os modelos do mundo inteligível, segundo Platão, sofrem a ação do tempo, mas a constatação dessas pequenas mudanças não pode se dar em prejuízo do reconhecimento da preeminência da eternidade.