Questão
2013
AOCP
Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (BA)
Agente Comunitário de Saúde (Pref Vitória da Conquista/BA)
2013
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Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista (BA)
Motorista (Pref Vitória da Conquista/BA)
Menino-Precoce-Sergio340cec05313

Menino Precoce

 

Sérgio Porto 

 

Diz que era um menino de uma precocidade extraordinária e vai daí a gente perceber logo que o menino era um chato, pois não existe nada mais chato que menino precoce e velho assanhado. 

 

Todos devemos viver as épocas condizentes com as nossas idades; do contrário, enchemos o próximo. 

 

Mas deixemos de sutis filosofias e narremos: diz que o menino era tão precoce que nasceu falando. Quando o pai soube disso não acreditou. O pai não tinha ido à maternidade, no dia em que o filho nasceu, não só porque não precisava, como também porque tinha que apanhar uma erva com o Zé Luís de Magalhães Lins, para pagar a “délivrance” que era quase o preço de um duplex, pois a mulher cismou de ir para a casa de saúde do Guilherme Romano. 

 

Mas isto também não vem ao caso. O que importa é que o menino já nasceu falando. 

 

Quando o pai soube da grande novidade, correu à maternidade para ouvir o que tinha o menino a dizer. Chegou perto da incubadora e o garoto logo se identificou com um “Oba”. O cara ficou assombrado e mais assombrado ficou quando o belo nenenzinho disse: — Papai vai morrer às 2 horas! — dito o que, passou a chupar o bico da mamadeira e mais não disse nem lhe foi perguntado. 

 

O cara voltou para casa inteiramente abilolado. Sem conter o nervosismo, não contou pra ninguém a previsão do precoce menininho, mas ficou remoendo aquilo. Dez e meia, onze, meio-dia... e o cara começou a suar frio. 

 

Uma da tarde, o cara já estava suando mais que o marcador de Pelé. 

 

Quando deu duas horas ele estava praticamente arrasado e quando passou da hora prevista um minuto ele começou a se sentir mais aliviado. 

 

E estava dando o seu primeiro suspiro, quando ouviu um barulho na casa do vizinho. Uma gritaria, uma choradeira. Correu para ver o que era: o dono da casa tinha acabado de falecer. 

 

Adaptado de http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4078733


Considerando o contexto, podemos afirmar que o termo destacado em: “...também porque tinha que apanhar uma erva com o Zé Luís de Magalhães Lins, para pagar a “délivrance” que era quase o preço de um duplex...” refere-se
A
à grama para arrumar o jardim da casa a fim de receber o bebê.
B
à erva homeopática para o bebê.
C
à erva para fumo a fim de comemorar o nascimento do filho.
D
a algum tipo de droga.
E
ao dinheiro para quitar as despesas do hospital.