Questão
2023
FCC
Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (12ª Região)
Analista Judiciário - Área Administrativa (Poder Judiciário da União)
2023
FCC
Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina (12ª Região)
Analista Judiciário - Área Administrativa - Contabilidade (Poder Judiciário da União)
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Males de nossas sociedades 

A enfermidade do Ocidente, mais do que social ou económica, é moral. É verdade que os problemas económicos são graves e não foram resolvidos. Também é certo que, apesar da abundância, a pobreza não desapareceu. Vastos grupo - as mulheres, as minorias raciais, religiosas e linguísticas - seguem sendo ou sentindo-se excluídos. 

Porém, a verdadeira e mais profunda discórdia está na alma de cada um. O futuro se tornou a região do horror, e o presente se converteu num deserto. As sociedades liberais giram incansavelmente: não avançam, se repetem. Se mudam, não se transfiguram. O hedonismo do Ocidente é a outra face do seu desespero; o seu ceticismo não é uma sabedoria, e sim uma renúncia; o seu niilismo desemboca no suicídio e em formas degradadas de credulidade, como os fanatismos políticos e as quimeras da magia. 

O lugar vazio deixado pelo cristianismo nas almas modernas não foi ocupado pela filosofia, mas pelas superstições e interesses mais grosseiros. Nosso erotismo é uma técnica, não mais uma arte ou uma paixão. O hedonismo contemporâneo desconhece a temperança: trata-se de um recurso de angustiados e desesperados, uma expressão do niilismo que corrói implacavelmente o Ocidente. 

(Adaptado de PAZ, Octavio, 1978. Apud GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 141)

Ao afirmar sua convicção de que a enfermidade do Ocidente é moral, o autor do texto
A
negligencia quaisquer outras ordens de problemas sociais, como a pobreza ou a discriminação racial.
B
considera que as razões dessa doença social estão no vazio individual de quem gira entre o hedonismo e o niilismo.
C
defende a ideia de que as teses filosóficas modernas passaram a ocupar o lugar das primitivas virtudes cristãs.
D
faz ver que os excessos da arte erótica e das paixões sem freio impedem a paz e o desejável isolamento do espírito.
E
identifica-se com aqueles que veem no Cristianismo o caminho seguro pelo qual se superarão nossas íntimas discórdias.