Questão
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Agente de Promoção Humana II (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Assistente Técnico de Administração (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Agente de Operação e Fiscalização de Transporte e Trânsito (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Coordenador de Espaço Multiuso (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Oficial de Administração/Secretária Executiva (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Técnico de Serviço de Saúde - Técnico em Radiologia (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Técnico em Higiene Dental (Pref Araxá/MG)
2009
COMAJ
Prefeitura Municipal de Araxá (MG)
Técnico em Segurança Do Trabalho (Pref Araxá/MG)
VER HISTÓRICO DE RESPOSTAS
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O MARIDO DO DOUTOR POMPEU

(Luiz Fernando Veríssimo)

Ninguém estranhou quando, depois de vinte e cinco anos de casamento, filhos criados, a mulher do Dr. Pompeu pediu divórcio. As razões dela eram normais para a época: não queria mais ser apenas uma dona de casa. Queria viver sua própria vida, estudar psicologia, ter sua própria carreira. Tudo bem. O escândalo, para mostrar como ainda existem preconceitos, foi quando souberam que o Dr. Pompeu em vez de outra mulher, arranjara um marido.

— Quem diria, hein? O Pompeu...

A própria mulher foi pedir satisfações:

— Pompeu, você enlouqueceu?

— Por quê?

— Todos estes anos, eu nunca desconfiei que você fosse... desses.

— Desses o quê?

— Você sabe muito bem. Um...

A mulher se calou porque nesse exato momento chegou em casa o marido do Dr. Pompeu. Um homem apenas um pouco mais velho do que ele, grisalho, ar respeitável. Um empresário de muito conceito.

— Alô... - disse o marido do Dr. Pompeu, um pouco constrangido.

— Oi – disse o Dr. Pompeu, alegremente.

— Boa tarde – disse a mulher, seca.

O marido do Dr. Pompeu foi tomar seu banho, ouvindo a promessa do Dr. Pompeu que o jantar estaria na mesa num instantinho. Quando a mulher ia recomeçar a falar, o Dr. Pompeu a deteve com um gesto.

— Não é nada do que você está pensando – disse.

— Que eu estou pensando, não, Pompeu. Que todo mundo está pensando.

— Nós temos um acordo. Eu cuido da casa para ele, supervisiono o trabalho das empregadas, faço as compras, faço tudo para que ele tenha uma vida doméstica organizada e feliz. Em troca, ele me sustenta. Não temos nenhum contato sexual porque nenhum de nós é, como você disse com tanta eloquência, desses.

— Mas, Pompeu...

— Eu não tenho do que me queixar. Meu padrão de vida melhorou. Ele me dá dinheiro para tudo que eu preciso. Inclusive, aliás, para pagar sua pensão. E hoje eu posso fazer o que sempre sonhei. Não trabalho, não me preocupo com as contas, com a segurança da família, com todas essas coisas de homem. E o melhor: quando tenho que descrever minha profissão, posso botar “Do lar”.

— Mas Pompeu!

— E agora me dá licença que preciso tratar do nosso jantar. Depois do jantar ele vê o Jornal Nacional e eu fico esperando a hora da minha novela. Passe bem.

(Disponível em: http://claudiapereira.multiply.com/journal/item/41/O_Marido_do_Dr._Pompeu. Acesso: 20/12/2011.)

Sobre o texto foram feitas algumas considerações. Classifique-as como (V) verdadeiras ou (F) falsas.

(   ) “Todos estes anos, eu nunca desconfiei que você fosse... desses.” – A palavra destacada visa tornar menos agressiva a intenção da mulher.

(   ) O trecho “Um homem apenas um pouco mais velho do que ele, grisalho, ar respeitável” é essencialmente descritivo.

(   ) “Constrangido”, “alegremente” e “seca” revelam o estado psicológico dos personagens da narrativa.

(   ) A repetição da alcunha “Dr. Pompeu” torna a leitura do texto cansativa e pouco fluida, pois esse é um defeito textual.

A sequência CORRETA de classificação, de cima para baixo, é:
A
V ,  V , V ,  F 
B
V ,  V ,  F ,  F 
C
F , F , V ,  V 
D
F ,  F ,  F , V