Questão
2010
INTEGRIBRASIL
Prefeitura Municipal de Carapicuíba (SP)
Cozinheira (Pref Carapicuíba/SP)
2010
INTEGRIBRASIL
Prefeitura Municipal de Carapicuíba (SP)
Mecânico de Auto e Máquinas (Pref Carapicuíba/SP)
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Leia o texto para responder a questão.

VIDA DE CATADOR DE LATINHAS

A céu aberto, sob o sol escaldante ou debaixo da chuva, 8 mil catadores pernambucanos deixam diariamente seus lares com uma esperança. Encontrar na catação, em meio ao plástico, papel e vidro, a preciosa embalagem que vai garantir mais que o pão daquele dia. Eles sabem que é juntando a latinha de alumínio que poderão recuperar um pouco da dignidade perdida diante dos olhos da sociedade no momento em que decidiram que seu sustento viria do lixo.

Os antes sucateiros ou papeleiros, hoje catadores de materiais recicláveis, percebem que um dia de descanso é um luxo a que não têm direito. "O trabalhador cata de manhã pra ter o que almoçar; de tarde, pra jantar; e, de madrugada, pra poder tomar café no dia seguinte", diz José Cardoso, um dos coordenadores do Movimento Nacional dos Catadores no Norte/Nordeste. Não se sabe ao certo há quanto tempo a atividade existe no Brasil, mas estima-se que há 50 anos o homem tira seu ordenado do que se é descartado pela população. São cinco décadas de dívida do Brasil com a classe, como observa o homem de 54 anos de vida e 28 de experiência na coleta. "Ninguém nasce catador, nos tornamos por necessidade, pela falta de inserção social", pontua Cardoso, embora reconheça que, lentamente, mudanças são vistas. "O governo passou a nos enxergar; algumas empresas e pessoas começam a entender nosso trabalho. Mas ainda somos muito discriminados.”

De gole em gole, a população brasileira começa a enxergar a lata de alumínio como algo a mais do que uma simples e prática embalagem de bebidas, despertando para as vantagens da coleta seletiva. Além de diminuir o impacto ambiental gerado na natureza pelo descarte inapropriado do material – leva mais de mil anos para se decompor -, a reciclagem das latinhas também é opção econômica e de trabalho para muita gente. Entre os materiais recicláveis, é o que tem um dos melhores preços no mercado e, por isso mesmo, é cada vez mais disputado.

A reciclagem da lata de alumínio no Brasil, ao contrário dos países desenvolvidos, possui uma característica cruel, uma vez que cresce com a falta de oportunidade da população carente. Talvez isso explique porque o país lidera, pelo sexto ano consecutivo, o ranking mundial no setor entre países em que a atividade não é obrigatória por lei. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas), em 2006, o Brasil reciclou 94,4% do total de latas de alumínio para bebidas comercializadas em território nacional. [...] www.uol.com.br – adaptado.

Sobre o texto, podemos afirmar que os catadores:

A

trabalham exaustivamente para obter inserção social.

B

são desvalorizados somente em países subdesenvolvidos.

C

despertaram o interesse da população para a coleta seletiva.

D

para conseguir seu sustento, precisam trabalhar diariamente.