Questão
2012
CETAP
Fundação Papa João XXIII de Belém (PA)
Economista (FUNPAPA Belém/PA)
2012
CETAP
Fundação Papa João XXIII de Belém (PA)
Estatístico (FUNPAPA Belém/PA)
2012
CETAP
Fundação Papa João XXIII de Belém (PA)
Nutricionista (FUNPAPA Belém/PA)
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CETAP
Fundação Papa João XXIII de Belém (PA)
Administrador (FUNPAPA Belém/PA)
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Analista de Sistemas (FUNPAPA Belém/PA)
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Antropólogo (FUNPAPA Belém/PA)
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Arquiteto (FUNPAPA Belém/PA)
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Assistente Social (FUNPAPA Belém/PA)
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Bacharel em Direito (FUNPAPA Belém/PA)
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Engenheiro Civil (FUNPAPA Belém/PA)
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Pedagogo (FUNPAPA Belém/PA)
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Psicólogo (FUNPAPA Belém/PA)
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Sociólogo (FUNPAPA Belém/PA)
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Técnico de Desporto e Lazer (FUNPAPA Belém/PA)
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Terapeuta Ocupacional (FUNPAPA Belém/PA)
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Leia o texto, com atenção, e responda o que se pede no comando da questão.

Vende frango-se

Alguém encontrou esta pérola escrita numa placa em frente a um mercadinho de um morro do Rio: "Vende frango-se". É poesia? Piada? Apenas mais um erro de português? É a vida e ela é inventiva. Eu, que estou sempre correndo atrás de algum assunto para comentar, pensei: isto dá samba, dá letra, dá crônica. Vende frango-se, compra casa-se, conserta sapato-se.

Prefiro isso aos "q te cmg?" espalhados pelo mundo virtual, prefiro a ingenuidade de um comerciante se comunicando do jeito que sabe, é o "beija eu" dele.

Vende carne-se, vende carro-se, vende geléia-se. Não incentivo a ignorância, apenas concedo um olhar mais adocicado ao que é estranho a tanta gente, o nosso idioma. Tão poucos estudam, tão poucos lêem, queremos o quê? Ao menos trabalham, negociam, vendem frangos, ao menos alguns compram e comem e os dias seguem, não importa a localização do sujeito indeterminado. Vive-se.

Talvez eu tenha é ficado agradecida por este senhor ou senhora que se anunciou de forma errônea, porém inocente, já que é do meu feitio também trocar algumas coisas de lugar, e nem por isso mereço chicotadas, ao contrário: o comerciante do morro me incentivou a me perdoar. Esquecer o nome de um conhecido, não reconhecer uma voz ao telefone, chamar Gustavos de Olavos, confundir os verbos e embaralhar-se toda para falar: sou a rainha das gafes, dos tropeços involuntários. Tento transformar em folclore, já que falta de educação não é. Conserta destrambelhada-se. Eu me ofereço pro serviço. Quem não? Sabemos todos como é constrangedor não acertar, mas lá do alto do seu boteco, ele nos absolve. Ele, o autor de um absurdo, mas um absurdo muito delicado.

Vende frango-se, e eu acho graça é uma coisa boa, sinal de que ainda não estamos tão secos, rudes e patrulheiros, ainda temos grandeza para promover o erro alheio a uma inesperada recriação da gramática, fica eleito o dono da placa o Guimarães Rosa do morro, vale o que está escrito, e do jeito que está escrito, uma vez que entender, todos entenderam. Fica aqui minha homenagem à imperfeição.

Fonte: MEDEIROS, Martha. Doidas e Santas. 9 ed. L& PM Editores, 2009, p. 17-18.

Em:"[...] ele nos absolve.", o sinônimo da palavra "absolve" é:
A
impregnar.
B
isentar de culpa. 
C
alagar.
D
condenar. 
E
obsediar.