Questão
2018
CRESCER CONCURSOS
Prefeitura Municipal de Magalhães de Almeida (MA)
Professor de Português (Pref Magalhães de Almeida/MA)
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Leia o texto abaixo, de Mário Quintana: 

De como não ler um poema 

Há tempos me perguntaram umas menininhas, numa dessas pesquisas, quantos diminutivos eu empregara no meu livro A Rua dos Cataventos. Espantadíssimo, disse-lhes que não sabia. Nem tentaria saber, porque poderiam escapar-me alguns na contagem. Que estas estatísticas, aliás, só poderiam ser feitas eficientemente com o auxílio de robôs. Não sei se as menininhas sabiam ao certo o que era um robô. Mas a professora delas, que mandara fazer as perguntas, devia ser um deles. 

E mal sabia eu, então, que estava dando um testemunho sobre o estruturalismo – o qual só depois vim a conhecer pelos seus produtos em jornais e revistas. Mas continuo achando que um poema (um verdadeiro poema, quero dizer), sendo algo dramaticamente emocional, não deveria ser entregue à consideração de robôs, que, como todos sabem, são inumanos. 

Um robô, quando muito, poderá fazer uma meticulosa autópsia – caso fosse possível autopsiar uma coisa tão viva como é a poesia. 

Em todo caso, os estruturalistas não deixam de ter o seu quê de humano... 

Nas suas pacientes, afanosas, exaustivas furungações, são exatamente como certas crianças que acabam estripando um boneco para ver onde está a musiquinha. 

A partir da leitura do texto, considere as seguintes afirmativas: 
 
I - A crônica tem como referencial as salas de aula e, mais especificamente, as aulas de Língua Portuguesa. 

II - O poeta e a professora estavam de acordo sobre a importância dos diminutivos no texto literário. 

III - A ironia presente na crônica tem como propósito a comparação entre a criança que estirpa seu boneco e o professor estruturalista. 

IV - A sequência substantivo e verbo em autópsia/autopsiar é uma estratégia usada pelo escritor para a obtenção de um efeito sensorial. 

Está CORRETO o que se afirma em: 
A
I e II, apenas. 
B
II e IV, apenas. 
C
I e III, apenas. 
D
III e IV, apenas.