Leia o poema de Augusto dos Anjos e responda à questão.
Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Dadas as proposições seguintes,
I. Nesse soneto, de conteúdo agressivo, há a exposição de uma trajetória derrotista e desiludida de um ser que já não tem o que esperar da vida.
II. Na primeira estrofe, os dois últimos versos metaforizam a Ingratidão como “uma pantera”, o que dar uma ideia de algo já esperado.
III. Na segunda estrofe, o poeta se refere à decomposição da matéria – fim inexorável de todo ser humano.
IV. Na terceira estrofe, o segundo verso transmite uma ideia de que o amor não dura para sempre; pode se transformar em raiva, ódio.
Qual (quais) é (são) falsa (s)?