Fato do príncipe é medida de ordem geral, praticada pela
autoridade máxima da Administração Pública, não
relacionada diretamente com os contratos, mas que
neles repercute, provocando desequilíbrio econômico-financeiro
em detrimento do contratado. A expressão
“fato do príncipe” é comumente utilizada no Direito
Administrativo, ao tratar dos contratos administrativos e
da possibilidade jurídica de sua alteração. A teoria da
imprevisão tem aplicabilidade quando uma situação
nova e extraordinária surja no curso do contrato,
colocando uma das partes em extrema dificuldade. A
partir dessa conceituação assinale a alternativa
INCORRETA.
Questão
2015
IESES
Companhia de Gás da Bahia
Analista de Processos Organizacionais - Advogado (BAHIAGÁS)
Fato-principe-e-medida85c843ce26
A
Um dos pilares do Direito Contratual é a força
obrigatória do contrato, em especial o administrativo,
de sorte que, uma vez firmado se incorpora ao
ordenamento jurídico, fazendo lei entre as partes. É
decorrência do princípio tradicional pacta sunt
servanda e não pode sofrer alteração, em hipótese
alguma.
B
A CF/88 acerca do contrato administrativo tem como
nuclear no regime do vínculo, a proteção do equilíbrio
econômico-financeiro do negócio jurídico de direito
público, assertiva que se infere do disposto na
legislação infralegal específica (arts. 57, § 1º, 58, §§
1º e 2º, 65, II, d, 88 § 5º e 6º, da Lei 8.666 /93. A
Constituição Federal ao insculpir os princípios
intransponíveis do art. 37 que protege a atividade da
administração à luz da cláusula da moralidade, torna
clara a necessidade de manter-se esse equilíbrio, ao
realçar as condições efetivas da proposta.
C
A lei 8666/93 trata da alteração dos contratos
administrativos pela administração pública e a
necessidade da aplicação da já existente e
consagrada teoria da imprevisão aos contratos
administrativos em face de eventuais, imprevisíveis e
supervenientes mudanças que possam ocorrer no
contexto sócio político e econômicos em que foi
realizado o contrato administrativo acima de tudo
alheio a atuação das partes pactuantes.
D
A força obrigatória dos contratos não é um princípio
absoluto, mas relativo.
E
Para que as Teorias do Fato do Príncipe e da
Imprevisão se legitimem, amenizando o rigorismo
contratual, se faz necessária a ocorrência de
acontecimentos extraordinários e imprevistos, que
tornem a prestação de uma das partes sumamente
onerosa.