Questão
2015
CETAP
Prefeitura Municipal de Ananindeua (PA)
Agente de Combate as Endemias (Pref Ananindeua/PA)
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Depressão é grave, mas tem saída.

O poema “Tabacaria” é recheado das angústias de Álvaro de Campos, heterônimo do escritor português Fernando Pessoa. Há cerca de um ano e meio, outro Fernando se identificou tanto com o poema que, ao escutá-lo declamando em áudio, chorava. Ele estava com sintomas depressivos. Mas ainda que achasse os versos de Pessoa muito bonitos, não queria continuar toda sua vida naquela situação de sofrimento. 

Fernando Barbosa de Freitas Silva, 25, é natural de Franca (SP). Entre o término do mestrado e o início do doutorado em físico-química, na Universidade de São Paulo, o rapaz percebeu que não estava dando conta de suas atividades. Aliada à mudança de fase, havia a depressão do seu pai que o afetou bastante. “A sensação era de uma inadequação à minha própria vida e aos planos que havia feito e não conseguia realizar.”

Hoje a depressão não é mais ignorada ou tratada como uma “frescura”. Segundo dados de 2014 da Organização Mundial de Saúde (OMS), a síndrome é a primeira causa de incapacitação entre todas as doenças médicas.

Ela afeta, em primeiro lugar, o paciente tirando seu ânimo, o sentido e a vontade de viver. Mas não para por aí. Abala também familiares e amigos, que muitas vezes não sabem exatamente o que está acontecendo ou mesmo como dar apoio. E, por último, impacta setores da sociedade, como a economia, que não terá contribuição efetiva do trabalhador adoentado.

Fernando recorda que, no início, sua vontade era ficar deitado, dormir ou não fazer nada. “Chegava em casa lá pelas seis da tarde, deitava e ia até o outro dia dormindo.Também ia tomar banho para chorar em motivos específicos”, desabafa.

De acordo com Jéssica de Assis Silva, mestranda em psicologia pela Universidade Federal de São Carlos, as principais características do transtorno depressivo são: fadiga, perda de energia, interesse ou prazer por fazer as coisas (chamada anedonia), alterações no sono (insônia ou hipersonia), alterações de peso (perda/ganho) chegando até a sintomas como idéias suicidas. “Sintomas presentes na maior parte do tempo, durante pelo menos duas semanas, exigem cuidado”, ressalta.

Segundo a psicóloga, “é imperativa a busca por profissionais qualificados, sendo que um trabalho conjunto com um psiquiatra trará um tratamento mais completo e de melhor prognóstico”, finaliza.

Fernando, por exemplo, está fazendo psicoterapia há um ano e três meses, além de tomar um antidepressivo. A prática de exercícios físicos é outra opção que contribui para o equilíbrio do humor e a manutenção de uma rotina. “Fiz CrossFit por uns sete meses e me ajudou muito, pois dava um ânimo maior e era um momento que eu tinha para relaxar dos problemas”, explica o jovem.

A psicóloga acrescenta ainda que é favorável à identificação de uma rede de apoio, seja ela familiar ou profissional. Para Fernando, a rede de amigos tem sido fundamental. “Não podia confiar muito no meu juízo ou minha interpretação das coisas, pois com depressão a tendência é ficar muito negativo ou ver as coisas como um problema sem solução”. Contudo, ele está conseguindo encontrar algumas respostas para seus questionamentos também pelos diálogos com as pessoas em quem confia.

E qual o balanço na luta consigo mesmo? “Sinto-me otimista, porque percebi que durante este ano aprendi a pegar a vida mais leve, a controlar menos as coisas ao meu redor, a deixar de me preocupar tanto”, conclui.

Fonte: Cidade Nova, jun/15, n.6.

Houve falha de separação silábica na alternativa:
A
De-pres-são.
B
psi-có-lo-ga.
C
im-pa-cta.
D
sa-ú-de.
E
i-dei-as.