A Cigarra e a Formiga Boa – fábula de Monteiro Lobato
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansava; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as trulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre da cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu – tique, tique, tique... Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
---- Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
---- Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu... A formiga olhou-a de alto a baixo.
---- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa? A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:
---- Eu cantava, bem sabe...
---- Ah! ...exclamou a formiga recordando-se. Era você então que cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
---- Isso mesmo, era eu...
---- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol. (fonte: contobrasileiro.com.br)
A partir do estudo da estrutura linguística, pode-se entender que letra é um sinal gráfico e fonema é o som representante da fala. Aponte a alternativa em que a palavra “galhinho” está corretamente classificada.