Questão
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Assistente Social (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Biólogo (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Biomédico (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Cirurgião Dentista - Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Faciais (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Cirurgião Dentista - Ortodontia (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro - Cardiologia Hemodinâmica (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro - Saúde da Criança e do Adolescente Neonatologia (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro - Saúde da Mulher Obstetrícia (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro - Saúde do Trabalhador (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro - Terapia Intensiva (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Enfermeiro - Vigilância (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Farmacêutico (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Físico – Física Médica – Radiodiagnóstico (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Fisioterapeuta (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Fisioterapeuta - Fisioterapia Respiratória (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Fisioterapeuta - Terapia Intensiva (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Fisioterapeuta - Terapia Intensiva Neonatal (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Nutricionista (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Pedagogo (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Profissional de Educação Física (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Psicólogo - Área Hospitalar (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Psicólogo - Área Organizacional (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Tecnólogo em Radiologia (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Terapeuta Ocupacional (EBSERH)
2015
AOCP
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás
Fisioterapeuta - Saúde da Mulher (EBSERH)
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A CHAVE
 
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo

IVAN MARTINS

Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por que o amor acabou.

O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio.

Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.

Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.

Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.

O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.

[...]

Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.

Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.

[...]

A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.

Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela constata e encerra.

Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo”. E, assim como a outra, dispensa “eu também”. Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Pelo texto, infere-se que são termos que o autor utiliza para designar “a chave” após o fim de um relacionamento, EXCETO 
A
ferramenta sem propósito. 
B
chave do adeus.
C
chave inútil e esquecida. 
D
chaves de despedida. 
E
chave falsa.