CÁRIE DENTAL
A cárie dental é a doença crônica mais comum na infância, consistindo em um grande problema para a saúde pública mundial. Um fator importante que deve ser levado em consideração é que ela pode ser prevenida, controlada ou mesmo revertida. Para prevenção, é necessário conhecer sua etiologia e os fatores de risco para o seu desenvolvimento. O controle e a reversão de tal doença são possíveis caso seja diagnosticada em estágio inicial, que é a presença de mancha branca no esmalte dental, sem cavidades. Quando a situação clínica envolve cavidades dentárias, há necessidade de tratamento curativo e preventivo, a fim de modificar as condições que levaram ao desenvolvimento da doença cárie. A evolução da doença é capaz de causar grande destruição dos dentes, ou até mesmo sua perda, podendo resultar em complicações locais, sistêmicas, psicológicas e sociais.
Estudos recentes realizados no Brasil afirmam que a prevalência de cárie na infância varia de 12 a 46%, sendo que a faixa etária que desenvolveu mais cárie foi de 1 a 3 anos de idade. O último levantamento epidemiológico nacional em saúde bucal encontrou uma prevalência de 26,85% na experiência de cárie em crianças entre 18 e 36 meses, existindo um evidente incremento com avanço da idade, independente do gênero.
CÁRIE PRECOCE NA INFÂNCIA
A American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD) classifica a cárie precoce na infância como a presença de um ou mais dentes decíduos cariados (lesões cavitadas ou não), perdidos (devido à cárie) ou restaurados antes dos 7 meses de idade. Porém, qualquer sinal de superfície dentária lisa cariada, com ou sem cavidade, em crianças com menos de 3 anos de idade, é considerada cárie severa na infância (CSI). Essa é de natureza rompante, aguda e progressiva. Também é considerada CSI se, dos 3 aos 5 anos de idade, a criança apresenta mais de quatro, cinco e seis superfícies afetadas em dentes anteriores decíduos aos 3, 4 e 5 anos, respectivamente. A CSI substituiu o termo anteriormente conhecido como “cárie de mamadeira”.
ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO
A doença cárie tem etiologia multifatorial. Desenvolve-se a partir da presença do biofilme dental, que é o responsável por mediar a desmineralização dos tecidos dentários denominados como esmalte e dentina. Para sua ocorrência, há a necessidade da interação de três fatores: microrganismos cariogênicos (Streptococcus mutans), substrato fermentável (como a sacarose) e um hospedeiro vulnerável. A interação desses fatores por um período de tempo propicia o desenvolvimento da doença cárie, que se inicia com o aparecimento de mancha branca opaca, sem cavitação, na superfície do dente, resultante da desmineralização do esmalte dentário.
Na criança, hábitos como o uso irrestrito de mamadeira, dormir mamando e consumir com frequência sucos de frutas industrializados, chás adoçados, leite fermentado, leite com carboidratos fermentáveis como farináceos e açúcar, estão associados ao desenvolvimento de CSI. Dentre os hábitos familiares, os que mais contribuem para o desenvolvimento da CSI são dormir com mamadeira, dificuldade na higiene dental da criança e manter líquidos na boca por período prolongado, principalmente durante o sono.
Crianças que apresentam defeito de desenvolvimento de esmalte são mais vulneráveis ao desenvolvimento da doença cárie se expostas às situações descritas.
Adaptado. Disponível em: http://bit.ly/2CzMAVg (01/11/2019).
Com base no texto 'CÁRIE DENTAL', leia as afirmativas a seguir:
I. De acordo com o texto, dormir com mamadeira não é um hábito familiar que contribui para o desenvolvimento da cárie severa na infância.
II. De acordo com o texto, a American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD) classifica a cárie precoce na infância como a presença de um ou mais dentes decíduos cariados (lesões cavitadas ou não), perdidos (devido à cárie) ou restaurados antes dos 7 meses de idade.
Marque a alternativa CORRETA: