Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.
Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
CAMÕES, Luís Vaz de. Luís de Camões. Belo Horizonte:Itatiaia/Edusp, 1982.
Use V para verdadeiro e F para falso:
( ) Há uma contradição entre a primeira e as duas últimas estrofes do poema.
( ) Em uma das estrofes o poeta afirma que não se deixará levar pelas artimanhas do amor.
( ) Camões personifica o amor e sabe que pode controlá-lo, afinal, o poeta é mais poderoso do que o sentimento.
( ) O eu lírico, apesar de considerar o amor um sentimento danoso, acredita que é impossível viver sem esse sentimento.