Questão
2024
FCC
Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (7ª Região)
Técnico Judiciário - Área Administrativa
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Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (7ª Região)
Técnico Judiciário - Área Administrativa - Especialidade Agente da Polícia Judicial
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Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

Um diálogo instrutivo

Muitos entusiastas da Inteligência Artificial (IA) continuam a insistir na venda da utopia de que as máquinas digitais não só serão capazes de simular a inteligência humana como, eventualmente, poderão superar a todos nós no nosso próprio jogo, o jogo de pensar, se comportar e viver como seres humanos. Costumo, nas minhas aulas, utilizar um diálogo hipotético entre um neurocientista (N) e um pesquisador da área de inteligência artificial (PIA) para ilustrar o abismo que separa aqueles que, como eu, acreditam ser bem-vindo o uso da tecnologia para promover a melhoria da qualidade de vida das pessoas e aqueles que trabalham apenas com o objetivo de concretizar uma distopia. Eis aqui um momento desse diálogo:

N - Como você programaria o conceito de beleza em uma máquina da IA?

PIA — Defina um conceito de beleza para mim e eu posso programá-lo.

N — Esse é o problema central. Eu não posso definir beleza - você também não pode, tampouco outro ser humano que jamais viveu e experimentou a sensação de deparar-se com a beleza.

PIA — Se você não pode defini-la de forma precisa, não posso programá-la, ela simplesmente não interessa. Ela não existe. E, como cientista computacional, não me importo com ela.

N — A sua mãe ou sua filha são bonitas?

PIA — Sim, elas são.

N — E você pode definir por quê?

PIA — Não, eu não posso. Não posso programar a minha experiência subjetiva e pessoal no meu computador. Portanto, ela não existe nem significa nada do ponto de vista científico.

N — Isso quer dizer que como você não pode quantificar a sensação de encontrar uma face bela, essa sensação é irrelevante?

PIA - Basicamente, sim! Você entendeu o meu ponto de vista.

Assustador como esse diálogo pode soar, quando milhões de pessoas vivendo nestes tempos modernos já decidiram que qualquer coisa que uma máquina não possa fazer é irrelevante para a humanidade.

(Adaptado de NICOLELIS, Miguel. O verdadeiro criador de tudo. São Paulo: Planeta, 2020, p. 163-164)

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:
A
Não costumam distinguir limites na Inteligência Artificial quem julga absoluto o poder dela.
B
Não interessa aos entusiastas da Inteligência Artificial avaliar a experiência que os arrebata.
C
Resiste à definição do conceito de beleza experiências estéticas que julgamos compreender.
D
Não convêm aos debatedores arriscar-se numa definição que se põem fora de seu alcance.
E
A quantificação de nossas sensações intimas mostram-se insuficientes para definir a beleza.