Questão
2014
MS CONCURSOS
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais
Direito (CREA MG)
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Analise com atenção a charge e o texto a seguir para responder.

 

(Disponível em: <http://www.chargeonline.com.br/php/charges/AUTO_dalcio.jpg>Acesso em: 06 de maio de 2014)

Hobbes nas ruas, Felipe Pondé

Dias atrás, o Brasil se chocou com cenas de violência nas ruas. Pessoas comuns batendo em supostos (ou comprovados) bandidos. Policiais tendo que protegê-los da fúria da gente comum.

De um lado, uma jornalista faz comentários arriscados na TV, do outro, setores da intelligentsia pedem providências do Ministério Público contra a jornalista, botando ainda mais lenha na fogueira da atmosfera de ódio e ressentimento que toma conta, lentamente, da alta, média e baixa culturas nacionais.

Não se pode defender o espancamento na rua, mesmo sendo bandido. Só o Estado detém o monopólio legítimo da violência. Mas é esta mesma intelligentsia (tribunais, universidades, mídia, escolas, ONGs) que vem sistematicamente erodindo esse monopólio legítimo da violência que pertence à polícia. Claro que os erros desta precisam ser sanados, mas a sociedade não faz nada para melhorar o tratamento institucional dado à polícia, e sem ela, sim, a gente comum vai espancar supostos (ou comprovados) bandidos na rua. E vai piorar.

O espancamento de supostos (ou comprovados) bandidos na rua é parte do fenômeno de massa que os inteligentinhos chamam de "jornadas de junho", num esforço de reviver a ejaculação precoce que foi o Maio de 68 na França, aquela revolução de mimados.

Lembremos que quando as manifestações do ano passado atingiram o nível de massa, os inteligentinhos começaram a gritar dizendo que o movimento (deles!) tinha sido sequestrado por setores "conservadores" da sociedade. Para eles, "conservador" é todo mundo que não os obedece e não os teme, mesmo que seja apenas para parar a Paulista.

Se no ano passado vimos uma inesperada crise na representação política, agora assistimos a um crescente rompimento do contrato social. E quem está na rua é o homem descrito pelo intelectual honesto que foi Hobbes, e não o pseudo-homem dos "delírios do caminhante solitário" e vaidoso Rousseau. (...)

(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizfelipeponde/2014/02/1413114-hobbes-nas- ruas.shtml Acesso em: 06 de maio de 2014)

Analisando os elementos que conferem coesão e coerência aos textos, está incorreto afirmar que:
A
Não há elementos de coesão na charge, pois não se observa a presença de pronomes, numerais, advérbios e outras categorias responsáveis pela referenciação.
B
Na charge, a frase nominal interrogativa “Mãos” é essencial para a compreensão da opinião do cartunista, que compara à atitude dos agressores que fazem justiça com as próprias mãos à ferocidade e irracionalidade dos animais selvagens, indicando que não se comportam como humanos e sim como animais.
C
No texto “Hobbes nas ruas”, o uso do pronome oblíquo átono (protegê-los) constitui importante elemento de coesão anafórico, pois evita a repetição desnecessária do substantivo “bandidos”, fazendo-lhe adequada remissão.
D
No trecho de “Hobbes nas ruas”: “Claro que os erros desta precisam ser sanados, mas a sociedade não faz nada para melhorar o tratamento institucional dado à polícia, e sem ela, sim, a gente comum vai espancar supostos (ou comprovados) bandidos na rua.”, os pronomes destacados constituem elementos coesivos anafóricos, pois fazem referência ao termo “polícia”, já expresso anteriormente.