Questão
2012
FUNDATEC
Prefeitura Municipal de Cachoeirinha (RS)
Professor - Língua Portuguesa (Pref Cachoeirinha/RS)
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Alfredo Bosi, em sua “História Concisa da Literatura Brasileira”, apresenta a seguinte definição acerca do Parnasianismo:

“É na convergência de ideais antirromânticos, como a objetividade no trato dos temas e o culto da forma, que se situa a poética do parnasianismo.”
 
A esse comentário, o autor também acrescenta:

“A arte pela arte, aspirando a desfazer-se de qualquer compromisso com os níveis da existência que não os do puro fazer mimético, na sua concepção parnasiana acaba especificando-se em uma arte sobre a arte que se concentra na reprodução de objetos decorativos.”

Olavo Bilac, renomado poeta do período parnasianista, em sua obra, por vezes, foge destes preceitos estéticos, eximindo se da mera reprodução de objetos decorativos, permanecendo, contudo, fiel ao ideal de culto à forma. Para ele, o fazer poético é associado à ideia de trabalho e esforço consciente do poeta.

Assinale a alternativa que apresenta o trecho que, metalinguisticamente, reflete o ideal parnasiano de Bilac acerca do fazer poético.  
A
“Estranho mimo aquele vaso! Vi-o,
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.”
B
“Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.” 
C
“Ser palmeira! Existir num píncaro azulado,
Vendo as nuvens mais perto e as estrelas em
bando;
Dar ao sopro do mar o seio perfumado,
Ora os leques abrindo, ora os leques fechando.” 
D
“Torce, aprimora, alteia, lima
A frase, e enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito.” 
E
“Fúlgida nevoa vem-me ofuscante
De um pesadelo de luz encher,
E a tudo em roda, desde esse instante,
Da cor da lua começo a ver.”